Um dos traços marcantes das sociedades modernas é o seu caráter burocrático e limitado.
Apesar de a burocracia ter sido criada para normalizar e legalizar procedimentos de ordem administrativa, os sucessivos desdobramentos e desvirtuamentos de suas atribuições vieram a comprometer esses propósitos.
Temos hoje uma máquina burocrática lenta e ineficiente, que não se presta ao atendimento nem sequer da mais banal das necessidades de um cidadão.
Mas já foi diferente.
A abordagem clássica do pensamento administrativo de Taylor e Fayol, com sua visão comportamental do ambiente organizacional, não atentou ao aspecto burocrático das empresas como extensão da sociedade.
A Escola da burocracia vem assim preencher esta lacuna.
A Teoria da burocracia
desenvolveu-se dentro da Administração ao redor dos anos 1940 em função dos
seguintes aspectos:
- Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das Relações Humanas, mesmo sendo oponentes e contraditórias, revelam dois pontos de vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de um enfoque mais amplo e completo, tanto da estrutura como dos participantes da organização.
- Necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as varáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros participantes, e aplicável a fábrica e também a todas as formas de organização humana.
- O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem definidos.
- Tanto a teoria Clássica como a Teoria das Ralações Humanas mostraram – se insuficientes para responder à nova situação, que se tornava mais complexa.
- A Sociologia da Burocracia propôs
um modelo de organização e os administradores não tardaram em tentar
aplicá-lo na prática em suas empresas. A partir daí, surge a Teoria da
Burocracia na Administração.
A Burocracia é
uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na
adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a
máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.
Com o aparecimento da burocracias, seu crescimento e proliferação, a teoria administrativa ganhou uma nova dimensão através da abordagem estruturalista: além do enfoque intraorganizacional.
A visão estreita e limitada aos aspectos internos da organização passou a ser ampliada e substituída por uma visão mais ampla, envolvendo a organização e suas relações com outras organizações dentro de um sociedade maior.
A partir daqui, a
abordagem estruturalista se impõe definitivamente sobre a Abordagem Clássica e
a Abordagem das Relações Humanas.
CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS E DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA, Segundo Weber:
|
DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA |
1. Caráter legal das Normas |
1. Internalização das Normas |
2. Caráter formal das
comunicações |
2. Excesso de formalismo e
papelório |
3. Divisão do trabalho |
3. Resistência a mudanças |
4. Impessoalidade no
relacionamento |
4. Despersonalização do
relacionamento |
5. Hierarquização da
autoridade |
5. Categorização do
relacionamento |
6. Rotinas e Procedimentos |
6. Superconformidade |
7. Competência técnica e
mérito |
7. Exibição de sinais de
autoridade |
8. Especialização da
administração |
8. Dificuldades com clientes |
9. Profissionalização |
|
Estas características levam a |
Estas características levam a |
PREVISIBILIDADE DO FUNCIONAMENTO |
IMPREVISIBILIDADE DO FUNCIONAMENTO |
CRÍTICA SOBRE A TEORIA BUROCRÁTICA
O excessivo racionalismo
da burocracia: a organização burocrática é super-racionalizada e entendem as
pessoas como membros que seguem regras e procedimentos num sentido mecânico e
não como criaturas sociais que interagem entre si e com o meio.
Organização administrada com a racionalização seus respectivos funcionários, seguidores de regras, sem ideias contrárias.
A maioria das empresas que optam por ser burocráticas, na verdade são empresas que tem dificuldade para se adaptar as mudanças.
”
A burocracia proporciona uma maneira racional de organizar pessoas e atividades
para alcançar objetivos específicos. Dessa forma, tem defensores e adversários.
Perrow mostra-se advogado da burocracia: “Após anos de estudos das organizações
complexas, cheguei a duas conclusões que colidem com muita coisa da literatura
organizacional.
O impacto sobre a sociedade é mais importante do que o impacto
sobre os membros de uma organização”.
Copiado: https://papodeadministracao.com/
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