quarta-feira, 20 de setembro de 2023

QUANTO VOCÊ GANHA?


Está aí uma perguntinha que gera mal-estar em qualquer conversa.

Não podemos negar que se criou por aí a ideia de ser proibido falar de dinheiro.

Quando o assunto é salário, então, a coisa dá uma engrossada. 

Entretanto, nos últimos anos especialistas e uma parte da turma trabalhadora vêm debatendo se não seria melhor as pessoas mudarem de atitude nesse sentido.

O motivo?

Entender se não acontece disparidade salarial entre profissionais que ocupam um mesmo cargo, porém ganham valores diferentes, mesmo com experiência e/ou capacidades similares. 
Ou até mesmo para que seja possível negociar de maneira adequada a remuneração no momento da entrevista/contratação.

Esse papo também vem impulsionando movimentos como o Projeto de Lei 1.149/22, que está em análise no Congresso desde o ano passado. 

Sua proposta é obrigar as empresas a informarem a faixa salarial em vagas de emprego.

FURANDO A BOLHA.

Outra iniciativa relacionada a esse tema é o Movimento Salário Digno, coordenado pelo Pacto Global da ONU Brasil e ONU Mulheres. 

O plano é atingir 100% de salário digno para colaboradores “incluindo operações, contratados(as), e/ou terceirizados(as) e promover e engajar toda a cadeia de suprimentos.”

Mas o que significa salário digno? 

Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), trata-se de estabelecer uma remuneração que permita às pessoas terem conforto básico para se viver, como acesso a diversas refeições no dia, educação, saúde, transporte e água potável.

Pode parecer absurdo, mas quando pensamos na desigualdade brasileira (29,6% da população vive na pobreza), o acesso a esses recursos por padrão faria toda a diferença.

Em grandes centros, como São Paulo, não é difícil encontrarmos pessoas que têm trabalho fixo e ainda assim vivem em situação de rua.

QUE PAÍS É ESTE?

Aliás, para se chegar a um valor adequado, o cálculo do salário digno considera localidade bem como avaliação quanto à qualificação, desempenho e experiência profissional.

Uma conclusão é de que o salário-mínimo estaria loooonge de preencher essas lacunas, né? 


Prova disso está na análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) de 2022 de que seria necessário o salário-mínimo de R$ 6,7 mil para sobrevivência de uma família com 4 pessoas.

Por essa razão a questão do salário digno vem ganhando cada vez relevância.

INIMIGOS DO DEBATE.
 
Em relação à chefia, o que se sente na maior parte das vezes é o receio de colocar o cargo em risco, existem aspectos como competição velada entre a turma que ocupa a mesma posição.

Em outras palavras, muitas vezes, a cultura das empresas também pode tornar esses debates mais complicados. 


Ao mesmo tempo, é compreensível o motivo de reinar o silêncio, afinal de contas ninguém quer arriscar o emprego nem quer criar bafafás no serviço.


Copiado:https://www.linkedin.com/in/marc%C3%A3o-marcus-vinicius-pinto/

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