Ética e Inteligência Artificial (IA), palavras que podem parecer desconexas, mas que a cada dia que passa necessitam estar cada vez mais juntas. A transformação e revolução tecnológica que vem ocorrendo fez com que o gerenciamento de informações se tornasse prioridade.
Seja através de dispositivos
de Internet das Coisas ou de um sistema com Machine
Learning. Com isso, a atenção para questões relacionadas a regras
concorrenciais e de acesso à informação cresceu junto.
Querendo ou não,
algoritmos que resultam em uma Inteligência Artificial foram
escritos por um humano, um ser de carne, osso, sentimentos e ideologias.
Aquelas linhas de código são sua visão de mundo e isso pode – e já fez- com que
máquinas interpretem a realidade de uma forma errônea, mais precisamente,
preconceituosa.
Com isso, a
necessidade de regulamentação passou a ser uma realidade.
A necessidade de uma regulamentação
Fato é, a tecnologia
avança mais rápido a cada dia que passa. Se há dez anos alguém falasse para nós
que seria possível comprar um carro que possui piloto automático utilizando
criptomoeda (tendo em vista a possibilidade da Tesla voltar a aceitar
a principal criptomoeda como pagamento), talvez você não
acreditaria.
Hoje o Instagram sabe
mais de você do que membros da sua família. Ele sabe o que você gosta de comer,
ler, assistir, sabe até quem são as pessoas mais próximas a você. Tudo isso
graças ao Machine Learning, algo que em 2010 (ano de lançamento do
Instagram) não era nem projetado na empresa.
A título de
curiosidade, o Instagram divulgou como funciona seu sistema de Inteligência
Artificial apenas em 2019. A plataforma não é muito de contar os bastidores,
são raros os momentos em que abre se abre ao público.
Mas, através de uma
publicação em seu blog, a plataforma revelou que utiliza um
sistema conhecido como “incorporação de palavras”. A ideia consiste em uma IA
que estuda as palavras que aparecem no texto e faz uma relação entre
elas.
Já na aba explorar, a
plataforma usa um termo chamado de “contas iniciais”, para exemplificar vamos
utilizar o perfil do Rapadura (@rapadura_tech). Se você está se interessando
por tecnologia e busca por isso no instagram e o primeiro perfil a ser acessado
é o do Rapadura, essa será sua conta inicial. A partir daí o instagram vai
analisar perfis parecidos e adicioná-los na sua aba “explorar”.
Mas, nem tudo são
flores quando se trata de tecnologia e, consequentemente, Inteligência
Artificial. Os problemas chegaram e com eles consequências graves.
É possível analisar este acontecimento através do documentário americano produzido por Shalina Kantayya chamado Coded Bias. A narrativa é baseada na vida pessoal e profissional de Joy Buolamwini, pesquisadora ganense-americana do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
O caso de Joy está
nos holofotes desde o lançamento do documentário no Festival de Cinema de
Sundance em 2020. Mas, há diversos casos que não aparecem no radar do grande
público.
Hoje os softwares baseados
em Inteligência Artificial estão presentes nas mais diversas
áreas, imagine programas de computador que comecem a analisar dados de crimes
de determinada cidade e comece a tomar decisões do tipo de pessoas que está
mais propensa a cometer um crime ou qual região da cidade é mais perigosa. Essa
situação poderia ser catastrófica se não houvesse um monitoramento humano
competente.
ONU e sua luta para unir ética e
Inteligência Artificial
Em novembro de 2019,
durante a 40ª sessão da Conferência Geral da Organização das
Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
iniciou-se um processo de dois anos para criação do primeiro instrumento
mundial de definição de padrões sobre ética da Inteligência Artificial.
Nesses dois anos a
instituição realizou uma série de estudos e consultas em comunidades acadêmicas,
científicas e técnicas ao redor do mundo. A intenção foi reunir as mais
diversas e plurais interpretações sobre o assunto. Para inflamar o debate sobre
a regulamentação da IA é preciso de muito estudo e, principalmente,
dados.
Hoje essa pesquisa
conta com a participação de experts multifacetados de mais de 155 países.
Empresas como Google, Facebook e Microsoft junto a estudiosos de universidades
como Stanford, Harvard e Academia Chinesa de Ciências fazem colaboração em
busca de um bom resultado. A ideia é apresentar tudo o que foi coletado no
final de 2021.
No final de 2020
foram divulgados alguns resultados, os temas variavam de, aplicação de
Inteligência Artificial durante a pandemia da Covid-19 até o medo de que as
máquinas “roubem” as decisões da humanidade.
As maiores mentes junto as maiores empresas unidas em prol de um objetivo. Porém, a tecnologia avança de uma forma que não se pode projetar o que virá daqui a 5 anos. A pergunta que deixamos é, o que você projeta para 2026? Onde as inteligências artificias mais atuarão?
Estamos chegando ao
final do prazo de dois anos para criação de uma legislação envolvendo a união
de ética e Inteligência Artificial. No Brasil o Projeto de Lei 20/21 conhecido
como Marco Legal da Inteligência Artificial já está em
tramitação.
Com certeza temos um
futuro brilhante pela frente. Basta olhar para internet, apesar de muitos ainda
acharem que é “Terra de Ninguém”, hoje algumas leis relacionadas a tratamento
de dados atuam firme no mundo virtual, as principais que já estão em vigor
são: GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados)
na União Europeia e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais) aqui no Brasil.
Não será diferente
com a Inteligência Artificial. Com boas regras junto a uma uma
legislação firme e justa, tudo funcionará perfeitamente para a humanidade
evoluir ainda mais. O céu não é o limite para o ser humano.
Copiado: https://rapaduratech.com.br/
Excelente texto do meu amigo Jorge. Parabéns! Este tema é muito bacana!
ResponderExcluir