quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O QUE É PERCEPÇÃO DE RISCOS

É a resposta aos porquês que leva o trabalhador a ligar o botão da segurança

Na cultura da segurança do trabalho há um assunto no qual não pode haver abstração, pois a base sobre percepção de risco chama-se treinamento. O que desenvolve a percepção de risco é a educação para a segurança, pois esta atua no porquê das coisas, retratando as consequências do desempenho.

Para registro e para fluir a percepção de risco é necessário primeiro conhecer as ameaças dos ambientes de trabalho. O empregado deve entender o que pode acontecer se ele tiver uma atitude de risco. Cada consequência mostrada ao empregado deve ter um valor superior aos valores que o levam à atitude de risco. Posso avançar: a importância das consequências deve ser maior do que as vantagens que terá se não adotar o comportamento seguro. 
Complicado? Nem tanto. 
O estado de atenção é um fator essencial para a percepção de risco. Claro que para o homem algumas informações são mais relevantes do que outras, por experiência ou destreza. Se a atenção ao executar uma atividade laboral é um processo psíquico instável e sujeito a variações, deve-se investir em recursos e estratégias para tornar o trabalhador apto para sair vivo de um trabalho arriscado.
O erro está relacionado à desatenção, falta de cuidado, descumprimento de um procedimento, gambiarra ou retirada de um equipamento de proteção individual em local que não é permitido. Mais do que estado de atenção para a percepção de risco é a consciência. 

Exemplo: um trabalhador que não se descuida do protetor auricular, pois não quer perder a audição e deixar de escutar a voz do neto. O valor “neto” é maior que o valor conforto. Daí ele tem percepção do risco e o porquê de usar o EPI.
E por isso a empresa tem um papel de intervir para trabalhar a percepção de risco dos empregados. Não por acaso, é necessário haver uma liderança para identificar quando o excesso de confiança do trabalhador pode vir a levá-lo a sofrer um acidente. 
Nem sempre um trabalhador experiente é excessivamente confiante. Logo, é importante ter um líder com olhar crítico sobre a questão de percepção de risco. Além disso, deve-se ter o mesmo olhar das ferramentas, como a análise de risco. Um hábito adquirido e exercitado de forma repetida vai ficar enraizado.
A percepção de risco deve ser desenvolvida de maneira contínua e em todos os níveis hierárquicos. Mas a resposta às indagações sobre percepção de risco é mesmo atuar na educação, esclarecendo os trabalhadores sobre como agir com segurança. Mas, principalmente, do porquê da forma de se trabalhar. 
Assim, a consequência é que o empregado estará sempre disposto a ‘ligar’ o botão que o leve da percepção do risco à ação efetiva de segurança.
Por Emily Sobral - http://segurancaocupacionales.com.br/

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