Qualquer organização já́ estabelecida tem uma cultura de risco instalada. Então, a primeira coisa a fazer antes de mudá-la é saber como ela anda.
Defina os elementos culturais desejáveis e identifique os potencialmente adversos junto à alta administração.
A seguir, verifique como os colaboradores percebem esses elementos.
Por exemplo:
- Elas acham que há liberdade para relatar situações de risco sem sofrer retaliações?
- Elas conhecem os riscos inerentes ao negócio?
- Elas sabem qual é o grau de autonomia que se espera delas?
- Elas acham que os lideres estão preparados para lidar com riscos?
Diversas metodologias estão à disposição para medir os elementos culturais de risco e avaliar como anda a cultura de risco da organização, tais como:
- Pesquisa especifica de cultura de risco (pode ser na forma de survey ou por meio de entrevistas);
- Incorporação de questões sobre percepção da gestão de risco na pesquisa de clima ou na pesquisa de valores;
- Criação de grupos focais interfuncionais;
- Estudo do comportamento das pessoas, com base na analise do histórico de desvios, incidentes e outras manifestações reais de risco que a organização experimentou.
Como segundo passo, deve-se diagnosticar se a organização possui bolsões de cultura inconsistente e identificar as causas dessa discrepância, tais como:
- estrutura local excessivamente autocrática,
- acomodação em zona de conforto,
- ausência de sistemas locais para sensibilização e estimulo etc.
Por fim, e sempre com o aval da alta administração, na terceira fase, você̂ deve tentar interferir nos elementos culturais que descolaram do que se pretende como cultura de risco da organização.
Essa ação é importante, contudo, não é trivial. O remédio tem de ter dose certa, não pode ser pior do que a “doença”. Mudanças culturais devem ser feitas com a devida cautela, com a compreensão da dinâmica e do equilíbrio dos sistemas envolvidos.
A linha de ação geralmente passa por:
- Revisar os valores da organização e o método para sua disseminação;
- Reposicionar a tolerância do sistema de liderança a determinados tipos de risco e deixar claro o novo posicionamento;
- Efetuar mudanças cirúrgicas na estrutura organizacional;
- Revisar a espinha dorsal da trilha educacional, que vai desde a integração de novos colaboradores até o aprimoramento dos lideres, para fortalecer o tal “estado de alerta”, ou seja, para desenvolver a sensibilidade ao risco mesmo em ambiente de rotina.
Seja qual for a etapa da gestão de risco em que a sua organização esteja colocando foco no momento, é altamente recomendável a realização de benchmarking.
Gestão de risco é um processo gerencial bem praticado em vários setores empresariais no Brasil e há fartura de bons exemplos de iniciativas de ajuste da cultura de risco.
Dica importante: Não há necessidade de buscar organizações do setor em que atua. O processo gerencial de gestão de risco tem a vantagem de ser comparável ao de qualquer tipo de organização. Por exemplo, os grandes bancos brasileiros são muito competentes nessa área e têm processos já́ refinados de fortalecimento da cultura de risco.
É sempre bom lembrar que benchmarking exige planejamento e preparação: defina previamente quais são os postos-chave da visita à outra organização e envie, com antecedência, suas expectativas.
Copiado: http://profamarins.blogspot.com.br/
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