sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ferramentas gerenciais servem para auxiliar e não para burocratizar

Mais do que um sistemas de coleta de dados, ferramentas como ERP, EVA e CRM devem seguir as inovações tecnológicas, antecipar tendências e auxiliar os gestores no processo decisório. O sistema da sua empresa te proporciona isso?
Diversas modificações vêm acontecendo nas empresas tanto em relação às suas atuações de mercado quanto em seus modelos de gestão. Uma delas é a concorrência mundial, que tem obrigado os gestores a buscarem, continuamente, novas metodologias para agrupamento de dados internos e externos por meio do desenvolvimento de estratégias cada vez mais complexas para atingirem resultados satisfatórios.
Algumas ferramentas como EVA® (Economic Value Added), Balanced Scorecard e gestão baseada em valor, propõem eficiência e agilidade em processos produtivos visando um alinhamento estratégico e a redução de custos e redesenhando novos modelos de gestão. Mas, a dúvida que persiste é: será que os sistemas de informação das empresas estão preparados para suportar tais modelos de gestão?
Há bem pouco tempo, mais precisamente na década de 90, presenciamos um intenso movimento de informatização empresarial através da implantação de sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) que, inicialmente, eram vistos como uma solução de informatização de todos os níveis gerenciais da corporação. Essa expectativa, entretanto, não se confirmou totalmente na prática.
Os softwares de ERP tem como grande atributo organizar o fluxo de informações operacionais de uma empresa e transformá-los em diversos sistemas isolados em uma ferramenta única, integrada, permitindo a disponibilização de informações imediatas para todas as áreas internas. A implantação dessas ferramentas gerenciais representaram um grande salto para a organização das empresas, mas ficou restrito ao operacional.
Isso porque após a implantação desses sistemas de ERP, médias e altas gerências continuaram enfrentando dificuldades para gerar análises e relatórios que subsidiassem os seus modelos de negócio e em muitas empresas pessoas e áreas inteiras limitaram-se a coletar informações, inserir dados em uma infinidade de planilhas visando apenas a geração de relatórios, análises e apresentações.
A estrutura em questão pode até atender necessidades iniciais, mas, no médio prazo, as empresas acabam tornando-se dependentes de planilhas entrelaçadas e complexas. Além disso, o modelo inicialmente flexível, acabou engessando o processo decisório, limitando apenas aos gestores a capacidade de manusear e conhecer a estrutura construída.
Um olhar mais apurado mostra que essa estrutura é ineficiente e gera altos custos para as organizações por limitar prazos ou processos decisórios em relatórios imprecisos ou equivocados.
Assim, muitas empresas têm direcionado seus investimentos para a informatização empresarial em um estágio mais avançado, com foco em seu modelo de gestão. Entre as práticas mais comuns está o desenvolvimento de sistemas de simulação que analisam os impactos das estratégias consideradas, antes mesmo de colocá-las em operação; a comunicação estratégica aplicada de forma adequada, tomando como premissa os indicadores e métricas financeiras e não-financeiras; e, principalmente, construindo um sistema integrado de informações gerenciais com base em dados gerados pelos sistemas de ERP que atenda às necessidades da alta gestão.
Sob esta ótica, a lacuna deixada pelos sistemas de ERP passa a ser preenchida pelos sistemas de EPM (Enterprise Performance Management), que apresentam um conjunto de soluções especializadas para as funções de planejamento e controle empresarial que fornecem alertas, análises e relatórios com acesso direto às informações imprescindíveis para os tomadores de decisão.
Entre as soluções proporcionadas pelo EPM, podemos incluir módulos especializados na elaboração, controle e consolidação e contábil, simulações financeiras estratégicas suportadas por modelos estatísticos, além de balanced scorecard e controle de indicadores de apuração e controle de custos, gerenciamento do processo de fechamento contábil entre outros.
Esse conjunto de soluções oferece um amplo atendimento da demanda por informações que subsidiam a gestão estratégica das empresas, confere elevado grau de segurança e confiabilidade, além de encerrar a etapa de informatização dos processos operacionais propostas pelos sistemas de ERP. As soluções de EPM visam, ainda, propor uma revolução nos processos de informatização empresarial e vem como um grande direcionador de investimentos em tecnologia para as empresas nos próximos anos.

Louremir Reinaldo Jeronimo é professor convidado da Fundação Getúlio Vargas e gerente de soluções EPM da Unione, que atua há 16 anos no mercado nacional e internacional de TI com mais de 100 clientes ativos.  HSM Online







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