quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Geração Y

De umas semanas para cá, não sei bem por que, a mídia impressa e televisionada abriu espaço para a Geração Y. É como se, até o mês passado, ela não existisse!
Na verdade, sociólogos e psicólogos americanos mencionam há muito tempo o aparecimento de uma nova geração. Na época, eram jovens de 20 e poucos anos com uma nova forma de ver e interagir com o mundo. Como qualquer outra geração anterior, e as vindouras, ela tem suas características próprias. Algumas são qualidades extremamente úteis às corporações e outras nem tanto.
A que talvez mais chame atenção é a dificuldade que esses jovens têm em deixar a casa de seus pais. Não querem ou postergam essa decisão para depois dos 30 e poucos anos. Seus progenitores também não se esforçam o bastante para que isso aconteça. Assim, a maior suspeita é o fato de que eles estiveram ausentes durante o crescimento de seus filhos e, tardiamente, buscam recuperar esse tempo perdido.
Entre tantas características observadas na Geração Y, destacam-se:
Conservadorismo – Esses indivíduos valorizam a tradição e concordam com a educação recebida de seus pais. Nem passa pela cabeça deles mudar o mundo.
Qualidade de vida – Diferentemente das gerações anteriores, não vivem para trabalhar, trabalham para viver.
Informalidade – Têm dificuldades com rituais sociais ou profissionais. São informais no vestir-se, em casa, na escola e no ambiente de trabalho.
Imediatistas – Antigamente significa, no máximo, cinco anos atrás. O futuro é na próxima semana. Não é à toa que adoram um fast food.
Multimídias – Essencialmente visuais, não encontram dificuldades em estudar/trabalhar ouvindo iPod, falando ao celular, pesquisando na internet e acessando o Orkut. Tudo isso ao “mesmo-tempo-agora”!
Criatividade – Por dominarem uma tecnologia nova, principalmente para quem tem mais de 40 anos, destacam-se na inovação de processos, serviços e criação de novos produtos.
Consumistas – Alguns estudos indicam que uma criança nascida após a década de 80 do século passado atinge a primeira série do ensino fundamental já tendo sido massacrada por cerca de 6 mil horas de informação televisiva!
Penso que a principal razão para a preocupação midiática com a Geração Y é o fato da escassez de mão de obra em um mercado extremamente aquecido. Isso leva à criação de novos departamentos, filiais e, consequentemente, a promoções numa velocidade espantosa. Já é bem comum, em diversas empresas, pessoas abaixo de 35 anos serem promovidas a gerentes. Isso cria um conflito de gerações com perfis muito diferentes.
Atualmente, temos os Baby Boomers, pessoas nascidas entre o fim da 2ª Guerra Mundial até o início dos anos 60, e a Geração X, iniciada a partir desse limite até o começo da década de 80. Há ainda uma geração mais recente, denominada de Geração Z, mas falaremos dela em uma outra oportunidade.
Cabe aos gestores e líderes saberem mesclar as diferentes características, qualidades e deficiências das diversas gerações. Os indivíduos “Y” são imediatistas, ansiosos, e isso é ruim, porém eles fazem acontecer. Já os mais velhos são estratégicos e analíticos.
Sabe aquele dito popular: “Panela velha é que faz comida boa”? Esqueça! O negócio é um caldeirão com um pouco de tudo lá dentro. O tempero é responsabilidade da liderança.

Júlio Clebsch - Gerente editorial da revista Liderança - julio@lideraonline.com.br

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