Atualmente o mercado de trabalho está polarizado entre duas gerações: a geração Y, representada por pessoas de até 29 anos de idade, e a geração X, com indivíduos entre 30 e 49 anos.
Esta é uma das constatações observadas na 26º Pesquisa Salarial e de Indicadores de Gestão, realizada anualmente pela Associação Serrana de Recursos Humanos (ARH Serrana). A pesquisa mostra que 47% dos trabalhadores pertencem à geração Y, 46% correspondem a geração X e outros 7% são da geração dos baby boomers, composta por trabalhadores com mais de 50 anos de idade. A pesquisa coletou mais de 40 mil formulários, envolvendo 120 empresas de diversos segmentos de atuação e diferentes portes, localizadas na região da serra gaúcha.
Com características específicas de comportamento diferentes em cada um destas gerações, não é difícil imaginar conflitos entre estes dois perfis de trabalhadores atuando lado a lado dentro de nossas empresas.
A forma de atuação da geração Y envolve ambientes agradáveis, pouca ou nenhuma formalização hierárquica. Querem liberdade para criar novas formas de execução das tarefas, se envolvem em várias iniciativas simultaneamente, querem dar sugestões e opinarem em outras áreas ou funções. Demonstram ansiedade em aprender, mas querem ser ouvidas. Nascidos já dentro do advento da internet, os jovens desta geração estão constantemente plugados seja no computador ou celular. Também esperam construir uma carreira que lhes dê mais conhecimento, melhores salários e mais prestígio.
Já a geração X trabalha dentro de padrões mais convencionais, têm grande respeito à hierarquias assim como preferem atividades que demandem mais o desempenho individual e menos o esforço do trabalho em grupo. Também se sentem à vontade quando lhes é dito o que e como fazer. Direcionam suas carreiras dentro da sua área de conhecimento e aprendizado já internalizado, em suma, a forma de trabalho se enquadra no pensamento linear e cartesiano.
Outro componente importante neste contexto é a forma de estruturação das empresas. A grande maioria das companhias está estruturada por departamentos ou setores e dentro destes, as atribuições estão separadas por cargos e funções, ou seja, há hierarquias e posições (funções) a serem preenchidos. Esta estrutura foi desenhada pelos antigos gestores que hoje pertencem à geração baby boomers e não a esta nova geração.
Neste cenário, as empresas estão tendo que lidar com modelos mentais e comportamentais distintos entre si. Estruturas organizacionais arquitetadas no século 19, parte de seus quadros pessoais com modelos do século 20 e a nova geração de pessoas com anseios do século 21.
Tendo consciência desta nova realidade há duas alternativas de encaminhamentos para conciliação entre gerações: a primeira diz respeito a área de Recursos Humanos. Cabe ao RH descobrir como compatibilizar estas diferentes formas de trabalhar e canalizá-lo para dentro das organizações. E a segunda alternativa e não menos importante, fazer com que a liderança esteja preparada para acolher e lidar com estes perfis em um mesmo local de trabalho.
As empresas que mais rapidamente encontrarem o equilíbrio nesta realidade, podem se considerar vencedoras. Não só pela significativa diminuição nos conflitos no ambiente de trabalho, bem como terão a vantagem adicional de reter estes novos profissionais, os quais estarão comandando nossas empresas em breve.
Marcos Antonio Pozzer - é vice-presidente da ARH Serrana e atual gerente de RH da Transportadora Plimor.
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