Uma das coisas mais interessantes que nos mostram na faculdade é o tal do Brainstorm. Dessas reuniões, parecem sair as soluções mais inovadoras para qualquer tipo de problema. É quase um momento mágico, em que as pessoas falam o quem lhes vêm à mente e grandes ideias são concebidas.
Realmente, a técnica desenvolvida em 1930 por Alex Faickney Osborne (o ‘O’ da agência BBDO) nasceu da hipótese de que em meio a uma enxurrada de palpites poderia haver uma ideia valiosa. Acontece que, na prática, descobrimos que não se trata de algo tão produtivo assim. Pelo tempo, energia e pessoas exigidos, obtemos muito pouco em qualidade - apesar da enorme quantidade.
Entre os motivos estão 3 fenômenos sociais:
1 - Social Loafing: Há sempre pessoas que, em atividades coletivas, não se esforçam o suficiente. A difusão de responsabilidade faz essa ‘preguiça social’ passar despercebida aos olhos de muita gente.
2 - Apreensão Avaliativa: Apesar da avaliação não ser permitida, todo mundo sabe que os outros estão tirando conclusões sobre o que cada um fala. Isso tira a espontaneidade do processo e gera filtros em relação ao que é dito. Boas ideias têm mais chances de nascer quando há liberdade para se falar ‘besteira’. Se há medo de errar ou de ser mal avaliado, há pouco espaço para as ideias mais inovadoras – geralmente não unânimes e até mesmo polêmicas. Essa inibição é bem comum quando há muita gente reunida - principalmente se um deles é seu chefe ou alguém com quem você tem menos contato.
3 - Bloqueio produtivo: Enquanto uma pessoa está falando, os outros devem esperar. Nesse tempo, esquecem ou desistem das suas ideias, que, consequentemente, são deixadas de lado.
No entanto, existem alguns insights que podem ajudar a fazer um bom uso da técnica:
1 – Brainstorm Eletrônico
Em um estudo de Gallupe e Cooper, publicado em 1993, foi detectado que uma alternativa mais produtiva é a realização de brainstorms mediados de forma eletrônica. Durante os experimentos, os participantes digitaram suas ideias em um computador que também mostrava as ideias de outras pessoas simultaneamente. Nesse formato, a preguiça social e o bloqueio produtivo ficaram de fora.
2 – Modelo para avaliação de ideias pré-desenvolvidas
Furham, em um estudo publicado em 2000, chegou a alguns passos que podem ampliar em muito a qualidade das ideias. São elas:
1 – Incentivar as pessoas a listar suas ideias antes de chegar para a reunião.
2 – Monitorar o número de ideias produzidas por cada pessoa.
3 – Desconstruir os problemas e incentivar o Brainstorm em cima de componentes específicos.
4 – Formar subgrupos, de tempos em tempos, para discutirem separadamente.
5 – Estabelecer uma meta desafiadora para o grupo, com alto número de ideias.
A geração de ideias é melhor quando feita de forma solitária. Já o coletivo favorece mais ao aprimoramento e avaliação. Portanto, um grupo de Brainstorm pode ser uma ótima oportunidade para se decidir quais morrerão e quais continuarão vivas. Assim, continuamos com o benefício de dar aos participantes a real sensação de envolvimento, além de ampliar as chances de obter ótimas soluções. Fica a dica.
* Carlos Henrique Vilela é planner da Tom Comunicação e editor do blog CHMKT.
Realmente, a técnica desenvolvida em 1930 por Alex Faickney Osborne (o ‘O’ da agência BBDO) nasceu da hipótese de que em meio a uma enxurrada de palpites poderia haver uma ideia valiosa. Acontece que, na prática, descobrimos que não se trata de algo tão produtivo assim. Pelo tempo, energia e pessoas exigidos, obtemos muito pouco em qualidade - apesar da enorme quantidade.
Entre os motivos estão 3 fenômenos sociais:
1 - Social Loafing: Há sempre pessoas que, em atividades coletivas, não se esforçam o suficiente. A difusão de responsabilidade faz essa ‘preguiça social’ passar despercebida aos olhos de muita gente.
2 - Apreensão Avaliativa: Apesar da avaliação não ser permitida, todo mundo sabe que os outros estão tirando conclusões sobre o que cada um fala. Isso tira a espontaneidade do processo e gera filtros em relação ao que é dito. Boas ideias têm mais chances de nascer quando há liberdade para se falar ‘besteira’. Se há medo de errar ou de ser mal avaliado, há pouco espaço para as ideias mais inovadoras – geralmente não unânimes e até mesmo polêmicas. Essa inibição é bem comum quando há muita gente reunida - principalmente se um deles é seu chefe ou alguém com quem você tem menos contato.
3 - Bloqueio produtivo: Enquanto uma pessoa está falando, os outros devem esperar. Nesse tempo, esquecem ou desistem das suas ideias, que, consequentemente, são deixadas de lado.
No entanto, existem alguns insights que podem ajudar a fazer um bom uso da técnica:
1 – Brainstorm Eletrônico
Em um estudo de Gallupe e Cooper, publicado em 1993, foi detectado que uma alternativa mais produtiva é a realização de brainstorms mediados de forma eletrônica. Durante os experimentos, os participantes digitaram suas ideias em um computador que também mostrava as ideias de outras pessoas simultaneamente. Nesse formato, a preguiça social e o bloqueio produtivo ficaram de fora.
2 – Modelo para avaliação de ideias pré-desenvolvidas
Furham, em um estudo publicado em 2000, chegou a alguns passos que podem ampliar em muito a qualidade das ideias. São elas:
1 – Incentivar as pessoas a listar suas ideias antes de chegar para a reunião.
2 – Monitorar o número de ideias produzidas por cada pessoa.
3 – Desconstruir os problemas e incentivar o Brainstorm em cima de componentes específicos.
4 – Formar subgrupos, de tempos em tempos, para discutirem separadamente.
5 – Estabelecer uma meta desafiadora para o grupo, com alto número de ideias.
A geração de ideias é melhor quando feita de forma solitária. Já o coletivo favorece mais ao aprimoramento e avaliação. Portanto, um grupo de Brainstorm pode ser uma ótima oportunidade para se decidir quais morrerão e quais continuarão vivas. Assim, continuamos com o benefício de dar aos participantes a real sensação de envolvimento, além de ampliar as chances de obter ótimas soluções. Fica a dica.
* Carlos Henrique Vilela é planner da Tom Comunicação e editor do blog CHMKT.
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