quinta-feira, 22 de junho de 2023

IDADISMO + HOMOFOBIA: DUPLO PRECONCEITO, MÚLTIPLO COMBATE!


A luta pelo respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero é de TODAS AS IDADES e em TODO O TEMPO. Não apenas no mês de junho.

Quando falamos de #idadismo, sabemos que é um preconceito que atinge mais frequentemente as pessoas mais velhas, e - com ainda mais força - mulheres e a população LGBTQIA+.

Quando falamos de idosos homossexuais, a discriminação pode ser agravada por alguns fatores: 

  • Falta de suporte familiar - 
É comum terem sido expulsos do convívio de casa, em décadas passadas (e em muitos casos, ainda hoje).
  • Menor rede de apoio e proteção - 
A solidão tem um grande impacto no bem-estar de qualquer um de nós, mas, no caso de idosos LGBTQIA+, a ausência de cônjuges e/ou filhos, pode diminuir a rede e proteção.
  • Preconceito entre pares da mesma faixa etária - 
Quando falamos de gerações mais velhas, encontramos - em muitos - dificuldades para encarar com naturalidade as relações homoafetivas e orientações sexuais diversas. Essa falta de compreensão pode levar ao preconceito entre os próprios pares de idades semelhantes, à exclusão dos grupos e a indivíduos reprimidos.
  • Pressão na autoestima - 
Outro aspecto a ser considerado é que muitos dos homossexuais idosos de hoje internalizaram, de certa forma, atitudes e crenças culturais negativas, submetidos a opressão e desvalorização de si mesmo.

  • Imagine você ter que ficar se provando, lutando por reconhecimento, pertencimento, e, - principalmente -, respeito, ao longo da vida?
  • Imagine você sofrer duplo preconceito (às vezes triplo ou quádruplo, se pensarmos em raça, gênero, PcD...)? 

Sofrer preconceito, ser reprimido, hostilizado, e muitas vezes agredido, pode ser devastador em vários aspectos, seja na realização de objetivos, como não conseguir um emprego, na saúde mental, no emocional e no social.

Um estudo científico de 2008 (por Anderson, 2008) revelou que idosos homossexuais eram mais propensos a viver sozinhos no ciclo final da vida. 

Eram 4 vezes menos propensos a pensar em ter filhos e menos propensos a pedir ajuda de familiares do que heterossexuais da mesma idade.

Algumas ações já apontam o despertar para essas questões. 

Em maio de 2021, foi realizada uma audiência pública na comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados sobre a necessidade de políticas para garantir um envelhecimento com qualidade para a população LGBTQIA+.

Outras vertentes chamam a atenção para o poder de consumo desse público e a necessidade de investimentos voltados tanto para produtos como para serviços. 

Um movimento de mais de R$ 10,9 bilhões por ano no Brasil. O grupo não somente gasta mais, mas consome no comércio online e offline com maior frequência do que os heterossexuais. 

Segundo esse estudo da Rainbow Homes, da NielsenIQ, as famílias arco-íris, - com pelo menos um integrante da comunidade -, representam 5,5% no consumo brasileiro e têm um gasto 14% maior do que os demais lares. Mais do que isso, 30% estão dispostos a gastar mais com marcas que conversam com a diversidade.



 Atenção, marcas e mercado!

"Envelhecer com qualidade de vida é um desafio cercado de muitas dificuldades. O envelhecimento da população influencia o consumo, a transferência de capital e propriedades, impostos, pensões, o mercado de trabalho, a saúde e assistência médica, a composição e organização das famílias. É um processo normal, inevitável, irreversível e não uma doença. Portanto, não deve ser tratado apenas com soluções médicas, mas também por intervenções sociais, econômicas e ambientais." (Simone Alex de Oliveira - CEUB/2009). 

Atenção, poder público! 

Porém, se a bandeira contra o #etarismo está só começando a ser empunhada, ela não pode ser solitária ou apenas de um grupo. 

A luta contra os preconceitos tem que ser MÚLTIPLA e INTERSECCIONAL. 

São camadas que se sobrepõem e todo o tipo de discriminação deve ser removido das relações de trabalho, familiar ou social.

Atenção, sociedade!

Somente juntos, juntas e juntes, construiremos um mundo mais justo, respeitoso e acolhedor das diferenças.

Por: Marcia Monteiro - jornalista, fundadora da #Geraçãoilimitada®️

Nenhum comentário:

Postar um comentário