Será que estou
contribuindo para a sobrecarga de informações das pessoas?
Esse pensamento não
me veio à toa. Com a quarentena e a migração para o online de praticamente tudo
o que cerca a nossa vida diária (trabalho, relações sociais, lazer, etc), além
da sobrecarga intrínseca a essa mudança houve também uma corrida dos conteúdos
por parte dos criadores, empresas e afins.
E eu me senti
sobrecarregada. Estressada, Com vontade de me desconectar de tudo. Mas sem ter
para onde ir (afinal, era isolamento), o que me (nos) restou era mesmo aumentar
o tempo de tela.
Eu vi esse tempo de
tela me consumindo e piorando minha saúde mental. Vi isso acontecer com
praticamente todo mundo ao meu redor. Mas não tinha parado pra pensar que eu
mesma poderia estar sendo responsável por isso! Só me dei conta disso
quando uma amiga muito querida me chamou no inbox um dia e disse: “sou mãe. Não
consigo acompanhar tudo o que você posta”.
E então veio a
culpa. Eu, que estou sempre aqui falando para vocês sobre saúde integral, sobre
cuidar das emoções, estava sendo também uma causa de sobrecarga de informações
para as pessoas… que grande epifania!
E então, decidi
pesquisar um pouco mais sobre a chamada “obesidade mental”, um termo muito
falado no meio dos negócios (*) mas pouco falado na área da saúde. E então,
descobri o seguinte:
Da mesma forma que
a obesidade física está relacionada a maus hábitos de vida, como sedentarismo e
escolhas alimentares erradas (guloseimas), a obesidade mental está relacionada
com o sedentarismo intelectual e o consumo de conteúdos irrelevantes.
E da mesma forma
que a obesidade pode trazer riscos a saude física, a obesidade mental pode
trazer riscos a saude emocional.
O que causa
“obesidade mental” (ou “obesidade intelectual”)?
·
Falta de atividades intelectuais produtivas (por
exemplo, mais tempo de tela e menor tempo de leitura)
·
Consumo de conteúdos “lixo” (como propagandas) ou “guloseimas” (conteúdo
de entretenimento de baixa qualidade)
·
Consumo excessivo de informação de uma forma geral
(não necessariamente apenas conteúdo supérfluo, mas também o conteúdo “bom” em
excesso), a ponto do cérebro não conseguir reter ou processar de forma eficaz.
Como saber se
estamos diante de um quadro de OM?
Quando notamos a
presença dos seguintes sintomas:
·
Esgotamento mental,
·
Distração (dificuldade de concentração),
·
Redução da capacidade de retenção de conteúdo,
·
Falta de criatividade,
·
Dificuldade na finalização de tarefas,
·
Procrastinação
·
Sintomas como ansiedade, estresse e piora do humor
·
Piora do sono…
Uma coisa que é
importante dizer é que não existe um “artigo científico” que chancele essa
lista acima. Eu construí essa lista a partir da consulta e combinação de uma
série de textos e referências que encontrei na internet.
Nota do autor:
nesse momento do texto, me dei conta dos meus padrões de “gula” de informações
e percebi o quanto eu também estou presa nessa rede. Alguns desses sintomas são
os que eu tive… #tamojunto
(*) Nota do
autor 2: parece que o termo “mental obesity” é atribuído ao livro publicado em
2001 pelo autor Andrew Oitke, antropólogo de Harvard. No entanto, o livro
original nunca foi encontrado – eu também tentei pesquisar e não consegui.
Então, se você encontrar o original, por favor me escreva compartilhando esse
achado!
E afinal, como
melhorar isso?
·
Selecionar melhor o conteúdo (“gestão dos inputs”)
·
Respeitar o tempo de processamento (tempo para
pensar)
·
Colocar em prática um conteúdo aprendido (vale
fazer resumo, ensinar para alguém, praticar)
·
Na prática, surgem dúvidas – só aí, quando as
dúvidas surgirem, aprofundar o conteúdo (e repetir o ciclo)
·
Preferir livros a telas e escrever ao invés de
digitar (ajuda no tempo de processamento)
·
E O MAIS IMPORTANTE: respeitar o tempo de descanso
(ir para o corpo – fazer atividades corporais como yoga, lian gong, tai-chi),
meditar, esvaziar a mente, viver!
E depois de tudo isso, espero que consumir meus conteúdos continue fazendo sentido pra você.
Espero que o canal do
telegram seja como um grande inventário, uma biblioteca que
você pode consultar sempre que quiser (e não “mais um conteúdo” pra encher você
e sua cabeça de informações que não vão ser postas em prática).
Desejo do fundo do
meu coração que vocês fiquem bem!
Eu vou fazer meu
dever de casa por aqui.
Por: DRAJULIANAGABRIEL - Saúde Integral (visão holística da saúde)