Nessa minha recente e intensa “jornada empreendedora”,
Home Office é quase que uma constante na minha rotina. Mas admito que não é
fácil.
Em casa, fica quase impossível separar “home” do “office”.
Quando estou
em casa, mal dá para não responder a um e-mail, atender a uma ligação ou
preparar o material da próxima reunião.
Os anos 2000 sedimentaram o conceito Home
Office. Pelo menos foi esse o grande slogan de campanha dos principais
lançamentos imobiliários nos dois booms que tivemos desde o início deste
século.
Mas você já parou para pensar que, desde lá, qualquer cômodo extra
virou um “home office”?
Pois é.
Dias atrás, vivi um momento diferente. Em uma brincadeira
lúdica entre minha mãe, a vovó da minha filha, com 4 anos, refleti sobre este
modelo de trabalho em casa.
E, justamente, depois de uma brincadeira da minha
pequena: “Vovó, vamos brincar de mamãe e filhinha? Eu sou a mamãe e você a
filhinha.
Eu fico aqui no computador e você brinca ali enquanto eu
trabalho”, disse ela.
A brincadeira pegou fundo.
Será que é esse o modelo que ela tem de mim?
Em casa e
trabalhando?
A verdade é que sim... Afinal, não é todo o tempo que consigo
estar disponível. Quantos “calls” ao som de “mamanheeeeeee” tenho
feito? (E quem nunca fez uma ligação do banheiro, levante a
mão.)
Quantos vídeos tenho interrompido por conta do meu vira-lata Woody
estar latindo?
Quando a poeira baixou, pensei comigo: “Será que Home
Offices são para as mães?”
É diferente dos Coworkings, onde você entra e sai quando
quer, pega um cafezinho (tão vital quanto respirar para mamães dos pequenos),
há música de fundo (que ajuda a manter você acordada) e tem sempre alguém
pronto para resolver um problema de conexão ou “TI básica”.
Ah, e tem programação de eventos e uma agenda que
NÃO depende de você! Uau!
Mulheres x Coworkings
Segundo dados do IBGE: “Nos últimos 50 anos, as mulheres
têm deixado de atuar apenas no ambiente privado para também se lançarem no
mercado de trabalho. Os avanços nas leis trabalhistas permitiram o crescimento
dessa mão de obra.
Em 2007, as mulheres representavam 40,8% do mercado formal
de trabalho; em 2016, passaram a ocupar 44% das vagas”.
Já de acordo com o censo Coworking 2017, no ano de 2015
existiam 238 espaços catalogados. Este número aumentou 52% para o ano seguinte,
chegando em 378 e um salto de incríveis 114% no ano seguinte, registrando 810
espaços, de acordo com o levantamento.
Se o percentual de “coworkers”, ou da comunidade, é, em
sua maioria, composto por mulheres, não tenho como precisar. Muito menos não
tenho como afirmar que os números acima estão diretamente relacionados.
Tenho percorrido pelo modelo de espaço de trabalho
compartilhado e conhecido diversos deles que compartilham empresas, startups,
profissionais liberais, eventos e conhecimento em geral.
E, posso dar a minha visão de que Home Office x
empreendedorismo x casal de filhos pequenos (2 e 4 anos) + um cachorro,
combinam pouco neste momento.
Homes Offices são de Marte. Coworkings, mais femininos,
são de Vênus.
Concorda?
Por: Elisa Rosenthal Tawil
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