segunda-feira, 27 de novembro de 2023

TEORIA DA BUROCRACIA


Um dos traços marcantes das sociedades modernas é o seu caráter burocrático e limitado. 

Apesar de a burocracia ter sido criada para normalizar e legalizar procedimentos de ordem administrativa, os sucessivos desdobramentos e desvirtuamentos de suas atribuições vieram a comprometer esses propósitos. 

Temos hoje uma máquina burocrática lenta e ineficiente, que não se presta ao atendimento nem sequer da mais banal das necessidades de um cidadão. 

Mas já foi diferente.

A abordagem clássica do pensamento administrativo de Taylor e Fayol, com sua visão comportamental do ambiente organizacional, não atentou ao aspecto burocrático das empresas como extensão da sociedade. 

A Escola da burocracia vem assim preencher esta lacuna.

ORIGENS DA TEORIA DA BUROCRACIA

A Teoria da burocracia desenvolveu-se dentro da Administração ao redor dos anos 1940 em função dos seguintes aspectos:

  • Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das Relações Humanas, mesmo sendo oponentes e contraditórias, revelam dois pontos de vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de um enfoque mais amplo e completo, tanto da estrutura como dos participantes da organização.
  • Necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as varáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros participantes, e aplicável a fábrica e também a todas as formas de organização humana.
  • O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem definidos.
  • Tanto a teoria Clássica como a Teoria das Ralações Humanas mostraram – se insuficientes para responder à nova situação, que se tornava mais complexa.
  • A Sociologia da Burocracia propôs um modelo de organização e os administradores não tardaram em tentar aplicá-lo na prática em suas empresas. A partir daí, surge a Teoria da Burocracia na Administração.

A burocracia traz uma maneira racional de organizar pessoas e atividades em busca de seus objetivos. Podemos denominá-la assim: buro = escritório  cracia = poder, ou seja, “PODER DA ADMINISTRAÇÃO”.


A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.

Com o aparecimento da burocracias, seu crescimento e proliferação, a teoria administrativa ganhou uma nova dimensão através da abordagem estruturalista: além do enfoque intraorganizacional.

A visão estreita e limitada aos aspectos internos da organização passou a ser ampliada e substituída por uma visão mais ampla, envolvendo a organização e suas relações com outras organizações dentro de um sociedade maior. 

A partir daqui, a abordagem estruturalista se impõe definitivamente sobre a Abordagem Clássica e a Abordagem das Relações Humanas.

Max Weber, sociólogo Alemão nascido em 1864, falecido em 1920, definiu a burocracia como a organização eficiente por excelência, e para conseguir essa eficiência, precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS E DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA, Segundo Weber:

CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA

DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA

1. Caráter legal das Normas

1. Internalização das Normas

2. Caráter formal das comunicações

2. Excesso de formalismo e papelório

3. Divisão do trabalho

3. Resistência a mudanças

4. Impessoalidade no relacionamento

4. Despersonalização do relacionamento

5. Hierarquização da autoridade

5. Categorização do relacionamento

6. Rotinas e Procedimentos

6. Superconformidade

7. Competência técnica e mérito

7. Exibição de sinais de autoridade

8. Especialização da administração

8. Dificuldades com clientes

9. Profissionalização

Estas características levam a

Estas características levam a

PREVISIBILIDADE DO FUNCIONAMENTO

IMPREVISIBILIDADE DO FUNCIONAMENTO

Completa previsibilidade do funcionamento: tudo na burocracia é estabelecido no sentido de prever antecipadamente todas as ocorrências e rotinizar sua execução, para que nenhuma eficiência do sistema seja plenamente alcançada.

CRÍTICA SOBRE A TEORIA BUROCRÁTICA

O excessivo racionalismo da burocracia: a organização burocrática é super-racionalizada e entendem as pessoas como membros que seguem regras e procedimentos num sentido mecânico e não como criaturas sociais que interagem entre si e com o meio.

Organização administrada com a racionalização seus respectivos funcionários, seguidores de regras, sem ideias contrárias. 

A maioria das empresas que optam por ser burocráticas, na verdade são empresas que tem dificuldade para se adaptar as mudanças.


APRECIAÇÃO CRÍTICA DA TEORIA DA BUROCRACIAPor Chiavenato (Pg.274)

” A burocracia proporciona uma maneira racional de organizar pessoas e atividades para alcançar objetivos específicos. Dessa forma, tem defensores e adversários. Perrow mostra-se advogado da burocracia: “Após anos de estudos das organizações complexas, cheguei a duas conclusões que colidem com muita coisa da literatura organizacional.

A primeira é que os erros atribuídos à burocracia não são erros do conceito, mas são consequências do fracasso em burocratizar adequadamente. 
Eu defendo a burocracia como o princípio dominante de organização nas grandes e complexas organizações. 

A segunda conclusão é que a preocupação com reforma, humanização e descentralização das burocracias, enquanto salutares, apenas obscurecem a verdadeira natureza da burocracia e nos desviam do seu impacto sobre a sociedade.

O impacto sobre a sociedade é mais importante do que o impacto sobre os membros de uma organização”.

Copiado: https://papodeadministracao.com/

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