Relacionar-se
com o mundo e com os outros: essa é uma condição primordial da vida em
sociedade e, cada vez mais, esse relacionamento exige muito de todos nós. Cada
pessoa possui seus valores, sua carga emocional e suas habilidades para lidar
com os desafios cotidianos e é nesse contexto que o desenvolvimento
das competências socioemocionais se apresenta como necessidade
essencial.
Com
base nessa premissa, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aprovada em 2017,
que norteia as propostas pedagógicas e os currículos das escolas públicas e
particulares do Brasil, incluiu as competências socioemocionais como
parte dos conteúdos a serem trabalhados em salas de
aula, a fim de garantir não apenas o direito à aprendizagem, mas, também ao
desenvolvimento humano.
Isso
significa que, além do crescimento intelectual, o crescimento pessoal e
emocional deverá estar no foco dos trabalhos em sala de aula, desde a Educação Infantil até
o Ensino Médio. O que se pretende
é estabelecer uma visão integrada da Educação e, a partir de um método
inclusivo, que considere as emoções também como parte do processo de
desenvolvimento, chegue-se a uma melhora nos índices de aprendizagem. Pensando
a longo prazo, essa melhora irá se refletir em pessoas aptas a enfrentar os
dilemas da vida adulta e mais preparadas para o os desafios do mercado de
trabalho.
Conhecimento, atitude e habilidade
O
que é uma competência? De acordo com a definição utilizada pela BNCC, trata-se
de uma “mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana”. Somos seres formados a partir de nossas
experiências, com valores múltiplos e moldados a partir de contextos únicos. É
essa construção que direciona nossas atitudes, nossas tomadas de decisões e
nossas escolhas ao longo da vida.
Para
tudo isso, costumamos acionar as competências que temos em nosso repertório… e
sempre buscamos o nosso melhor, no sentido mais prático e direto. Porém, nessa
jornada, nem sempre estamos preparados para lidar com nossas emoções. Nesse
contexto, o desenvolvimento das competências socioemocionais pode contribuir
com os melhores resultados em todos os aspectos e vai muito além de adquirir
conhecimentos.
Trata-se
de uma integração entre o saber e o ser.
Quais são as competências socioemocionais?
As competências socioemocionais se encaixam no conjunto de habilidades que desenvolvemos para lidar com nossas emoções durante os desafios cotidianos e estão ligadas à nossa capacidade de conhecer, conviver, trabalhar e ser. Ao se dedicar ao desenvolvimento dessas habilidades, o que se procura, através do gerenciamento de emoções, é proporcionar relações sociais saudáveis e investir na busca de soluções sadias para os problemas do dia a dia.
Elas
estão ligadas à nossa capacidade de pensar, sentir, decidir e agir, portanto,
variam de indivíduo para indivíduo – sempre considerando a realidade e o
contexto de cada um. Isso justifica a preocupação e a necessidade de incluir o
desenvolvimento das competências socioemocionais na grade curricular
de todas as escolas, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Na prática,
pretende-se formar alunos com uma boa capacidade de resolver problemas, que
consigam se comunicar bem e que estejam abertos a viver novas realidades e experiências.
O
que deve se desdobrar para a vida pessoal desses indivíduos e, futuramente,
para sua vida profissional.
O
tema é amplamente estudado nas áreas da Psicologia e da Pedagogia, por isso, a
lista de competências socioemocionais é extensa e varia de acordo com
a instituição de ensino ou a corrente de estudos a que está submetida. Por
isso, separamos as competências que mais se apresentam como essenciais e quais
impactos podem ser sentidos com seus desenvolvimentos.
São elas:
Empatia:
É
a capacidade de se colocar no lugar do outro. Essa competência
socioemocional permite o entendimento das ações e emoções dos outros
indivíduos e estimula a abertura ao diálogo e à cooperação.
Responsabilidade:
Desenvolver
a noção de que há consequências em cada atitude tomada é de extrema importância
para a vida em sociedade. Por isso, a necessidade de aprender a guiar as
decisões com princípios éticos e democráticos.
Autoestima:
Essa competência
socioemocional está ligada ao autoconhecimento e à capacidade de entender
seus pontos fortes e suas limitações, sem que isso cause um prejuízo à sua
confiança.
Criatividade:
A
partir do uso da imaginação e da capacidade de criar algo novo, essa
competência tem como foco o estímulo do pensamento crítico e da pesquisa, a fim
de encontrar soluções inéditas para questões que se apresentem no dia a
dia.
Comunicação:
Ao
conseguir se expressar de maneira assertiva e segura, conseguimos comunicar
nossas opiniões e nossos sentimentos de maneira clara e direta.
Autonomia:
Ao
nos conhecermos e sabermos qual a melhor maneira de nos cuidar e cuidar dos
outros, no convívio social, a capacidade tomar decisões por contra própria (e
que impactem positivamente na coletividade) é estimulada.
Felicidade:
Embora
as definições para o termo sejam as mais variadas possíveis, a partir das áreas
do conhecimento que a estudam, a felicidade entra como uma competência
socioemocional na medida em que representa o ato de se sentir bem de uma
maneira ampla (considerando fatores emocionais, sociais e psíquicos como
elementos de formação de cada um).
Paciência:
Em tempos de alta ansiedade e estimulação acentuada através dos meios digitais, a paciência soa para além de uma competência e ganha ares de virtude. Mas, está totalmente ligada à capacidade de se controlar diante de situações complexas e buscar soluções com calma e tranquilidade.
Sociabilidade:
A
capacidade de se relacionar com os demais também precisa considerar que a
harmonia se estabeleça e, dessa maneira, o convívio em sociedade se guie
através do diálogo e do respeito.
Ética:
Poder
avaliar de que maneira as situações são conduzidas por você mesmo e pelos
outros, a partir dos valores sociais e de condutas que não causem prejuízo
moral à sociedade.
Organização:
Essa competência socioemocional permite
que se entenda a importância do planejamento para o atingimento dos objetivos,
bem como a importância dos trabalhos desenvolvidos em grupos ou do
gerenciamento de tarefas para se chegar a resultados propostos.
Copiado: https://zoom.education/
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