Um estudo da empresa de tecnologia EMC prevê que, em 2020, haverá informações suficientes para preencher seis pilhas e meia de iPads Air. Cada pilha teria 1,6 milhão de quilômetros, o equivalente a quatro vezes a distância da Terra até a Lua.
Se todos os dados fossem divididos pelo número de pessoas no planeta, cada habitante precisaria de 318 iPhones com 32 GB de capacidade de armazenamento para guardar todos os dados.
É, sob qualquer ótica, um número astronômico. Mas informação não é conhecimento. E, apesar dessa montanha de dados, cada vez temos menos conhecimento, que defino como a capacidade de uma pessoa ler ou experimentar algo, pensar sobre o assunto e formar convicção sobre um tema, inter-relacionando diversas posições, algumas delas divergentes.
Se todos os dados fossem divididos pelo número de pessoas no planeta, cada habitante precisaria de 318 iPhones com 32 GB de capacidade de armazenamento para guardar todos os dados.
É, sob qualquer ótica, um número astronômico. Mas informação não é conhecimento. E, apesar dessa montanha de dados, cada vez temos menos conhecimento, que defino como a capacidade de uma pessoa ler ou experimentar algo, pensar sobre o assunto e formar convicção sobre um tema, inter-relacionando diversas posições, algumas delas divergentes.
Na era do Facebook, do compartilhamento rápido de informações e da montanha de dados que passam por nossos olhos, tudo leva a crer que usaríamos isso para sermos mais sábios. Mas, infelizmente, estamos ficando menos inteligentes. Esse é um tema já tratado por diversos autores.
O jornalista americano Nicholas Carr, por exemplo, escreveu o livro “A Geração Superficial: o que a internet está fazendo com o nosso cérebro”, em que afirma que as pessoas estão ficando mais burras e que a culpa é da internet. Segundo ele, os internautas têm acesso quase ilimitado a informações na grande rede, mas perdem a capacidade de focar em apenas um assunto.
O ativista digital americano Eli Pariser, no livro “O filtro invisível”, alerta também contra a personalização de conteúdos em sites, como Google e Facebook.
Quanto maior for o esforço para oferecer informações personalizadas a cada usuário, maior o risco de que os filtros isolem as pessoas em bolhas virtuais, sem nenhum acesso a opiniões diferentes das suas.
O ativista digital americano Eli Pariser, no livro “O filtro invisível”, alerta também contra a personalização de conteúdos em sites, como Google e Facebook.
Quanto maior for o esforço para oferecer informações personalizadas a cada usuário, maior o risco de que os filtros isolem as pessoas em bolhas virtuais, sem nenhum acesso a opiniões diferentes das suas.
Bem-vindo à era dos algoritmos, códigos de software baseados em inteligência artificial que decidem o que devemos ver ou ler.
No caso do Facebook, o seu famoso News Feed, aquele mural de notícias com as publicações de nossos amigos ou de quem seguimos, aprende com nosso comportamento e mostra conteúdos que acredita que o usuário vai gostar. O efeito disso é que quase nunca nos confrontamos com o contraditório.
Em disputas políticas, o usuário sempre acredita que está certo. Quando se depara com uma opinião contrária, tem dificuldade de pensar, refletir, analisar e ponderar.
O que são as ondas de ódio que se espalham pela internet senão a incapacidade de se colocar no lugar do outro e avaliar seu ponto de vista?
Em disputas políticas, o usuário sempre acredita que está certo. Quando se depara com uma opinião contrária, tem dificuldade de pensar, refletir, analisar e ponderar.
O que são as ondas de ódio que se espalham pela internet senão a incapacidade de se colocar no lugar do outro e avaliar seu ponto de vista?
Isso se torna mais grave ainda com a disseminação de notícias falsas, um fato cada vez mais corriqueiro. Na eleição americana, por exemplo, o Facebook e o Google foram acusados de influenciar a vitória do republicano Donald Trump (leia mais aqui).
Ao longo da campanha, histórias que acusavam Hillary de assassinato ou que revelavam que o presidente Barack Obama era mulçumano – todas mentiras, evidentemente – apareceram nas páginas de pessoas com tendência a apoiar Trump.
Ao longo da campanha, histórias que acusavam Hillary de assassinato ou que revelavam que o presidente Barack Obama era mulçumano – todas mentiras, evidentemente – apareceram nas páginas de pessoas com tendência a apoiar Trump.
O efeito bolha reforçou o que pensavam e ajudou-os a consolidar o voto. Na semana do impeachment de Dilma Rousseff no Brasil, três das cinco notícias mais compartilhadas no Facebook eram falsas, segundo levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à Informação da USP.
A tecnologia deveria tornar nossa vida mais fácil e simples. Mas está apenas nos deixando burros – e você não precisa concordar com isso. Afinal, a divergência é que cria a sabedoria.
Copiado: http://www.istoedinheiro.com.br/
A tecnologia deveria tornar nossa vida mais fácil e simples. Mas está apenas nos deixando burros – e você não precisa concordar com isso. Afinal, a divergência é que cria a sabedoria.
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