Ser uma empresa procurada pelos
melhores profissionais do mercado é, possivelmente, o sonho de toda
organização. No entanto, foi-se o tempo em que oferecer um bom salário era
suficiente para atrair e reter talentos.
A dinâmica do mercado exige que as empresas possuam pessoas
estratégicas nas principais áreas e a área de recursos humanos precisa, cada
vez mais, se alinhar com a visão do negócio.
Normalmente, as corporações criam
as estratégias de marketing e de branding com foco no consumidor.
O Employer
Branding surge como um diferencial estratégico, pois volta o olhar para dentro
da organização, aplicando um conjunto de técnicas usadas para atrair,
desenvolver e reter profissionais qualificados. Difundido na Europa e nos EUA
desde os anos de 1990, o Employer Branding representa para as empresas
brasileiras uma possibilidade de diferencial competitivo.
“Atualmente as
pessoas trabalham por paixão, querem ter voz e ajudar na construção de um
propósito maior, não se motivam apenas pela remuneração. Isto traz uma
complexidade positiva para as organizações, que devem identificar seu propósito
e sua essência para conseguir se conectar com os talentos mais aderentes à sua
realidade”, explica Priscila Pacheco, Gerente de Comunicação Interna e
Employer Branding da Danone.
Cada vez mais exigentes, os profissionais da atualidade que querem
criar, realizar e inovar, buscam qualidade de vida aliada a boas condições de
trabalho, que vão desde um ambiente tranquilo e acolhedor, flexibilidade de
horários, possibilidade de home office e benefícios relacionados a lazer,
cultura e diversão.
Um estudo divulgado pelo Hay Group, em fevereiro de 2015,
mostra que as empresas têm avançado pouco para garantir a satisfação do
funcionário e a retenção de talentos. A pesquisa, com 906 empresas no Brasil,
mostra que embora 74% das corporações considerem um tema muito importante,
apenas 26% têm estratégias estruturadas para garantir a retenção de talentos.
Claudia Sérvulo, gerente corporativa de comunicação e responsabilidade social
do Grupo Solvi, acredita que, no cenário atual em que a crise é econômica e
ética, há aspectos que favorecem a retenção de talentos e outros que a
dificultam. “A instabilidade econômica pode indicar escassez de
oportunidades no mercado e insegurança para fazer a mudança, o que gera, em um
primeiro momento, a permanência do funcionário. A questão, no entanto,
refere-se ao nível de engajamento que esse profissional demonstrará”,
alerta.
Trabalho em parceria
A empresa precisa construir um programa consistente e tratar seus
funcionários como parte de um time. Os profissionais precisam saber com clareza
o que a empresa oferece.
Assim, poderão escolher as companhias que mais se
adaptam ao seu perfil. Para Alinne Rosa Aguiar, diretora de Recursos Humanos da
Kantar Worldpanel Brasil, grande parte das empresas atua de forma reativa para
reter os profissionais e acaba por tomar ações imediatistas mediante o risco de
perder os talentos, mas essa não é a tática mais eficaz. “A estratégia de
retenção deveria estar muito mais relacionada ao clima, cultura, valores e
senso de pertencimento do que na preocupação de como ser financeiramente mais
competitivo do que os concorrentes para garantir a permanência das pessoas na
empresa”, ressalta.
As técnicas de Employer Branding só apresentam resultados positivos se
todas as áreas da empresa trabalharem de forma integrada.
Quando o RH, a
Comunicação e o Marketing têm a mesma visão, a mensagem de uma boa empresa para
trabalhar se torna poderosa. Claudia Sérvulo explica que investir na fluidez da
comunicação interna de forma preventiva é importante para a prontidão em
momentos de crise. “Se a companhia investir no relacionamento com seus
funcionários, prezando o desenvolvimento de um clima de qualidade e com
comunicação fluída, a turbulência da crise pode inclusive ser um momento de
maior produtividade, mobilizando funcionários já engajados para a construção de
soluções comuns”, explica.
Para construir e fortalecer a marca de uma empresa é preciso ter no time
pessoas engajadas com a causa e com a missão da empresa. “Há algum tempo,
percebemos que a estratégia mais eficaz para emplacar o Employer Branding é ter
os próprios colaboradores como embaixadores da marca. Nós nos preocupamos
continuamente em gerar um ambiente de trabalho em que as pessoas sintam-se
‘donas do negócio’, capazes de empreender, realizar coisas novas e imprimir sua
marca”, declara Alinne.
Para a empresa,
identificar os valores é fundamental para descobrir sua essência e conseguir
não somente atrair, mas também reter os profissionais que conseguirão se
desenvolver com mais facilidade na organização, e que irão constituir o
principal diferencial competitivo da empresa, entregando os melhores resultados
e tornando o negócio sustentável. Por isso, é preciso organizar uma proposta de
valor para a empresa e apresentá-la em forma de projetos, programas e ações.
Utilizar valores corporativos para construir um Employer Branding forte traz
diversos benefícios para todos.
Dentre outros benefícios, podemos destacar:
- · Atratividade de talentos de alto nível com menor esforço da área de RH;
- · Diminuição da rotatividade de funcionários;
- · Redução de custos rescisórios e de recrutamento;
- · Melhora na produtividade, devido à retenção de talentos;
- · Preservação do capital intelectual da empresa.
Como comunicar?
- · Seja transparente: comunique os valores que a empresa realmente possui.
- · Atenção na forma: busque modernizar os canais de comunicação, pois está cada vez mais difícil atingir os colaboradores pelas ferramentas tradicionais.
- · Tenha conteúdo: trabalhe na construção de uma proposta sólida de valor da empresa, construa os programas e pense nos benefícios que pode oferecer aos profissionais. Somente depois parta para a estratégia de comunicação.
Copiado: http://blogpix.seepix.com.br/
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