segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Employer Branding: trabalho integrado para desenvolver e reter talentos

Ser uma empresa procurada pelos melhores profissionais do mercado é, possivelmente, o sonho de toda organização. No entanto, foi-se o tempo em que oferecer um bom salário era suficiente para atrair e reter talentos.

 A dinâmica do mercado exige que as empresas possuam pessoas estratégicas nas principais áreas e a área de recursos humanos precisa, cada vez mais, se alinhar com a visão do negócio. 

Normalmente, as corporações criam as estratégias de marketing e de branding com foco no consumidor. 

O Employer Branding surge como um diferencial estratégico, pois volta o olhar para dentro da organização, aplicando um conjunto de técnicas usadas para atrair, desenvolver e reter profissionais qualificados. Difundido na Europa e nos EUA desde os anos de 1990, o Employer Branding representa para as empresas brasileiras uma possibilidade de diferencial competitivo. 

Atualmente as pessoas trabalham por paixão, querem ter voz e ajudar na construção de um propósito maior, não se motivam apenas pela remuneração. Isto traz uma complexidade positiva para as organizações, que devem identificar seu propósito e sua essência para conseguir se conectar com os talentos mais aderentes à sua realidade”, explica Priscila Pacheco, Gerente de Comunicação Interna e Employer Branding da Danone.

Cada vez mais exigentes, os profissionais da atualidade que querem criar, realizar e inovar, buscam qualidade de vida aliada a boas condições de trabalho, que vão desde um ambiente tranquilo e acolhedor, flexibilidade de horários, possibilidade de home office e benefícios relacionados a lazer, cultura e diversão. 

Um estudo divulgado pelo Hay Group, em fevereiro de 2015, mostra que as empresas têm avançado pouco para garantir a satisfação do funcionário e a retenção de talentos. A pesquisa, com 906 empresas no Brasil, mostra que embora 74% das corporações considerem um tema muito importante, apenas 26% têm estratégias estruturadas para garantir a retenção de talentos. Claudia Sérvulo, gerente corporativa de comunicação e responsabilidade social do Grupo Solvi, acredita que, no cenário atual em que a crise é econômica e ética, há aspectos que favorecem a retenção de talentos e outros que a dificultam.A instabilidade econômica pode indicar escassez de oportunidades no mercado e insegurança para fazer a mudança, o que gera, em um primeiro momento, a permanência do funcionário. A questão, no entanto, refere-se ao nível de engajamento que esse profissional demonstrará”, alerta.

Trabalho em parceria
A empresa precisa construir um programa consistente e tratar seus funcionários como parte de um time. Os profissionais precisam saber com clareza o que a empresa oferece. 

Assim, poderão escolher as companhias que mais se adaptam ao seu perfil. Para Alinne Rosa Aguiar, diretora de Recursos Humanos da Kantar Worldpanel Brasil, grande parte das empresas atua de forma reativa para reter os profissionais e acaba por tomar ações imediatistas mediante o risco de perder os talentos, mas essa não é a tática mais eficaz. A estratégia de retenção deveria estar muito mais relacionada ao clima, cultura, valores e senso de pertencimento do que na preocupação de como ser financeiramente mais competitivo do que os concorrentes para garantir a permanência das pessoas na empresa, ressalta.

As técnicas de Employer Branding só apresentam resultados positivos se todas as áreas da empresa trabalharem de forma integrada. 

Quando o RH, a Comunicação e o Marketing têm a mesma visão, a mensagem de uma boa empresa para trabalhar se torna poderosa. Claudia Sérvulo explica que investir na fluidez da comunicação interna de forma preventiva é importante para a prontidão em momentos de crise. Se a companhia investir no relacionamento com seus funcionários, prezando o desenvolvimento de um clima de qualidade e com comunicação fluída, a turbulência da crise pode inclusive ser um momento de maior produtividade, mobilizando funcionários já engajados para a construção de soluções comuns”, explica.

Para construir e fortalecer a marca de uma empresa é preciso ter no time pessoas engajadas com a causa e com a missão da empresa. “Há algum tempo, percebemos que a estratégia mais eficaz para emplacar o Employer Branding é ter os próprios colaboradores como embaixadores da marca. Nós nos preocupamos continuamente em gerar um ambiente de trabalho em que as pessoas sintam-se ‘donas do negócio’, capazes de empreender, realizar coisas novas e imprimir sua marca, declara Alinne.
Para a empresa, identificar os valores é fundamental para descobrir sua essência e conseguir não somente atrair, mas também reter os profissionais que conseguirão se desenvolver com mais facilidade na organização, e que irão constituir o principal diferencial competitivo da empresa, entregando os melhores resultados e tornando o negócio sustentável. Por isso, é preciso organizar uma proposta de valor para a empresa e apresentá-la em forma de projetos, programas e ações. Utilizar valores corporativos para construir um Employer Branding forte traz diversos benefícios para todos.
Dentre outros benefícios, podemos destacar:
  • ·         Atratividade de talentos de alto nível com menor esforço da área de RH;
  • ·         Diminuição da rotatividade de funcionários;
  • ·         Redução de custos rescisórios e de recrutamento;
  • ·         Melhora na produtividade, devido à retenção de talentos;
  • ·         Preservação do capital intelectual da empresa.

Como comunicar?
  • ·         Seja transparente: comunique os valores que a empresa realmente possui.
  • ·         Atenção na forma: busque modernizar os canais de comunicação, pois está cada vez mais difícil atingir os colaboradores pelas ferramentas tradicionais.
  • ·         Tenha conteúdo: trabalhe na construção de uma proposta sólida de valor da empresa, construa os programas e pense nos benefícios que pode oferecer aos profissionais. Somente depois parta para a estratégia de comunicação.


Copiado: http://blogpix.seepix.com.br/

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