Quebra de confiança leva à perda de talentos.
Na era da comunicação digital em tempo real o ruído nas comunicações interpessoais continua causando estragos e levando empresas a perder talentos e competitividade.
Mal-entendidos geram expectativas que não são serão atendidas e isso pode levar a uma quebra de confiança. E depois que isso acontece, dificilmente o bom clima será recuperado.
De acordo com a especialista em gestão de pessoas e diretora da AB Consultores Associados, Sofia Couto, existe um "contrato psicológico" que é construído nas relações diárias. "Desde a entrevista de emprego o colaborador passa a entender as expectativas que a empresa tem sobre ele. trabalho da liderança sinalizar todo o tempo o que a organização espera como atitudes e resultados. Isso deve ser feito com transparência e o líder deve também saber ouvir o colaborador", explica Sofia Couto.
Para a especialista, também é papel do colaborador buscar a comunicação. Ele deve se empenhar para informar ao líder seus anseios e necessidades. Quem não diz o que sente pode indicar estar satisfeito e perder boas oportunidades de novos desafios e de crescimento.
Além dos canais formais de comunicação, os dois lados devem estar atentos à importância de um contato individualizado. "A comunicação precisa ser clara e objetiva. função do gestor verificar se a mensagem foi compreendida. Não basta apenas dizer, é preciso ter certeza que o outro entendeu. Em momentos críticos como fusões, encerramento ou lançamento de novos negócios, por exemplo, esse monitoramento deve ser feito ainda com mais atenção", destaca a diretora.
Outro ponto sensível é a comunicação informal que, quando fora de controle, se transforma na popular "rádio-peão". O dia a dia está nas mãos do gestor, mas a política de comunicação está nas mãos da organização. "A empresa não pode estabelecer metas que não tem condições de cumprir. O que as pessoas chamam de "mudar a regra no meio do jogo" é uma atitude que leva, irremediavelmente, à quebra de confiança. Temos assistido empresas perdendo talentos por causa disso e nesses tempos de carência de mão de obra qualificada isso é um grande erro. Não existe dúvida de que aquele talento será facilmente aproveitado pela concorrência", alerta.
Erros - Muitos gestores incorrem em erro quando questionados em pontos sobre os quais não podem ou não têm informações completas para falar. "A receita é transparência. O gestor precisa ser uma fonte confiável. Ele só precisa deixar claro porque não pode responder. Algumas coisas não podem ser ditas, outras são informações de fronteira e não é demérito não saber uma informação, desde que isso fique claro."
Outro erro ainda comum é usar a informações como alavanca de poder. Usar informações para criar expectativas e fomentar a competição interna é uma política de fôlego curto. "Rapidamente, as pessoas percebem quando existe uma mentira e depois da confiança quebrada tudo pode ser levado pelo pior lado. Existe também a questão ética que deve ser observada. O contrato psicológico é extremamente importante porque nele estão a confiança e a liberdade", completa.
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Fonte: Sofia Couto - Diário do Comércio - MG - Belo Horizonte/MG
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br
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