Como se Processou a Evolução do Marketing de Produtos?
Qual a Importância de Theodore Levitt e Phillip Kotler Para Tal?
Durante o
início da Revolução Industrial, as indústrias se multiplicavam
rapidamente por toda Europa e EUA e, diante disso, os fabricantes
proclamavam: _ “Isto é o que eu faço; alguém quer comprar?”.
Mas, o
crescimento do mercado consumidor era muito maior do que o número de
fabricantes e isso acabou gerando uma super oferta de produtos. Dessa
forma, as indústrias da época viam-se diante dos seguintes caminhos:
- Vender algum produto já existente.
- Fabricar um produto que alguém pedisse.
- Antecipar-se a algo que seria pedido.
No
início dos anos sessenta (60) a grande preocupação do Marketing de
Produtos era exclusivamente “vender”, a ponto de Theodore Levitt afirmar
que um produto não seria um produto se não fosse facilmente
comercializado, pois nesse caso ele seria apenas “uma peça de museu”.
Nessa
época, a principal preocupação das organizações era conseguir cada vez
mais consumidores para seus produtos e isso ficou evidente na frase de
Sergio Zyman (Coca-Cola): _“Marketing é uma atividade estratégica
centrada na importância de se conseguir que mais consumidores comprem o
seu produto mais vezes, para que sua empresa ganhe mais dinheiro”.
Anos depois estudiosos de Marketing descobriram “valor” nos produtos; ou seja, a diferença entre o custo e os benefícios
de uma mercadoria. Diante disso, eles passaram a afirmar que Marketing
não era a arte de descartar-se rapidamente do que foi produzido, mas sim
“a arte de criar valor genuíno para os consumidores”.
- Dessa forma, as palavras chaves dos profissionais de Marketing nos anos 70 e 80 passaram a ser “qualidade”, “serviços” e “valor” para os consumidores.
“Os
compradores comprarão da empresa que lhes entregar o maior valor” –
diziam os especialistas da época. Para eles, valor entregue ao
consumidor seria a diferença entre os benefícios ofertados pelo produto e
o custo de obtê-los.
Assim como Theodore Levitt foi um “divisor de águas” na sua época, nos anos 90 apareceu Phillip Kotler nos dando conta dos desejos, das necessidades e dos mercados: _ “Marketing é a habilidade de se atender às necessidades e os desejos do mercado, de forma lucrativa” – dizia Kotler.
Para ele, Necessidade é um estado de carência ou de privação dos seres humanos. Desejo é
a atitude relacionada com a eliminação ou redução do estado de
necessidade, através da posse ou consumo de um determinado produto. Mercado seria o lugar geométrico da satisfação de necessidades de pessoas através da oferta de bens e serviços produzidos.
Tipos de Mercado:
- Mercado Existente: Onde são conhecidos os consumidores – com suas necessidades e desejos – e os produtos, os quais disputam diariamente o atendimento a este consumidor.
- Mercado Potencial: É o mercado virtual, onde necessidades e desejos dos consumidores ainda não identificados poderão vir a ser satisfeitos, através de produtos existentes ou a serem desenvolvidos.
Porém,
só mais recentemente – na Era da Informação – é que as indústrias
passaram a fabricar produtos que ninguém pediu, os quais trazem grande
prazer aos consumidores. O melhor exemplo disso foram os aparelhos
móveis de telefonia que tiram fotografias e filmam, os quais ninguém
pediu.
Nesse
cenário, podemos perceber claramente profundas transformações nos
hábitos de consumo e, diante disso, podemos imaginar que as empresas que
souberem explorá-las terão mais oportunidades de crescimento que seus
concorrentes.
Por: Julio Cesar S. Santos - Articulista e co-autor do livro: "Trabalho e Vida Pessoal -
50 Contos Selecionados" (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001)
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