A virtualização é o catalizador essencial para permitir a
transição para a computação em nuvem.
Com o advento da Internet e das
sociedades em rede, as relações humanas passaram por intensas
transformações nos últimos anos. Esse contexto trouxe múltiplos desafios
à administração em geral, tanto pública como a privada. Alguns são
aparentemente contraditórios. Por um lado, existem as demandas
decorrentes do crescente nível de exigência dos cidadãos e das empresas.
O aumento da qualidade dos serviços prestados, a modernização e a
introdução de novos serviços, alem da celeridade dos processos de
atendimento, tornaram-se palavras de ordem.
Por outro lado, existem as
demandas relacionadas ao controle das despesas. A redução de custos de
funcionamento, o aumento da eficiência e a eliminação de normas
burocráticas tornaram-se obrigação.
A Computação em Nuvem está e
evidencia porque possibilita poupar dinheiro na operação, diminuir o
investimento e fornecer uma elasticidade no atendimento. Certos negócios
passam a exigir um investimento muito menor. É um modismo, mas um
modismo convincente, como os microcomputadores foram. Uma das principais
características da CN é diminuir a barreira de entrada nos grandes
mercados. Isso porque uma grande empresa coloca à disposição de todos
uma quantidade enorme de poder computacional e serviços, podendo um
pequeno empreendedor alugar, na medida de sua necessidade e a custos
muito mais baixos do que ele conseguiria no mercado comum, os computadores e serviços de que precisa.
Assim fica mais fácil entrar no mercado e acompanhar o crescimento
dos negócios. Quanto mais nuvens disponíveis, maior a competição,
menores os preços, maior a facilidade de iniciar um novo negocio.
Ao adotar a Computação em Nuvem as empresas mudam o modelo econômico
do seu investimento em TI. Elas passam também a contar com maior
flexibilidade e velocidade para colocar aplicações em funcionamento. No
caso do uso de CN públicas, também é mais um passo no sentido de focar
os esforços da empresa na sua missão, com a terceirização de serviços
que não fazem parte da cadeia de valor da empresa. Outra questão
importante é o compartilhamento de recursos que as empresas podem fazer.
A otimização de gastos permitiria, então, que os recursos fossem
alocados em outras atividades, que trouxessem maior valor para a
organização e seus clientes. Além de ser uma das maiores tendências
dentro do mercado de TIC, sabe-se que investir em Computação em Nuvem é
reduzir o tempo para a instalação de softwares e os custos com
armazenamento, servidores e ate na contratação de pessoal. Existe quase
um consenso de que a Cloud Computing tem uma importância estratégica
para diversas organizações.
A Dell, por exemplo, deixa de gastar
US$ 200 milhoes por ano por conta da virtualização de seus servidores.
Usando máquinas virtuais, a HP diminuiu, há quatro anos, seus data
centers de 85 para seis. Essa tecnologia abre espaço, até mesmo, para
versões mais simples de netbooks, pois parte de seus dados são
armazenados fora do hardware.
Se a idéia é que o serviço seja o
mais barato possível e que as organizações consigam diminuir os gastos
sensivelmente, com a redução de custos com softwares, armazenamento,
servidores e com contratação de suporte técnico, devemos levar em conta
algumas desvantagens que essa tecnologia nos traz. Cloud deixa a desejar
é quando há uma grande necessidade de I/O, um volume grande de
leitura/escrita em disco. Como se está em uma máquina virtual, a taxa de
leitura/escrita da máquina física é dividida entre todas as máquinas
virtuais. Então mesmo que a máquina física tenha vários discos em RAID
10 ou RAID 5, não será possível conseguir uma alta taxa. E não me venha
com benchmarks, pois na maior parte das vezes os valores vistos na
máquina virtual não são reais, são os valores da máquina física, ou
seja, a soma do uso de todas as máquinas virtuais, e não o que a sua
máquina virtual está usando.
Para aplicações web se encaixam nessa
categoria principalmente servidora de bancos de dados. Seu desempenho
está totalmente preso à taxa de I/O (a menos que o banco de dados caiba
inteiro na memória RAM do servidor). Envio de emails também cai nessa
categoria, MTAs fazem muito uso de filas em disco.
Em geral qualquer
tipo de aplicação que precise manipular arquivos que ficam no disco
gosta muito de I/O, e, portanto não é boa para o cloud.
Outro
ponto em que o Cloud Computing deixa a desejar são aplicações que usem
um grande volume de memória RAM. Existe um barramento chamado FSB (front side bus)
que determina a freqüência (e a velocidade) de transferência de dados
do processador para o northbridge. Por exemplo: um processador e
placa-mãe que funcionem com um FSB de 8 bytes de largura (64 bits) a uma
freqüência de 1066 MHz e com 4 transferências por ciclo, teriam um
limite teórico de 34.112 MB. Esse seria o valor máximo de dados que pode
trafegar do processador para a memória por segundo.
Numa máquina
virtual estamos dividindo essa taxa com todas as outras máquinas
virtuais do servidor físico, e se tivermos algum vizinho usando bastante
RAM isso pode incomodar.
É claro que essas diferenças só começam a
aparecer quando o uso dos recursos é grande. Para aplicações simples
que não consumam muitos recursos o Cloud Computing ainda é uma ótima
escolha.
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