quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Como abrir um negócio e não falir?


A propalada capacidade empreendedora dos brasileiros esbarra, cada vez mais, nas falhas dos próprios idealizadores dos negócios. Creditado, normalmente, às incertezas em que patina a economia do país, o fracasso da maioria das iniciativas, no entanto, pode apontar como culpada a pessoa mais interessada no sucesso da empreitada. Inexperiência e arrogância dos que se aventuram como empresários são alguns dos fatores por trás do baixo índice de sobrevida das novas empresas, que, segundo o Sebrae, quatro anos após sua abertura, é de apenas 40%.
As razões que fazem o sonho do empreendedor se tornar pesadelo foram alvo de uma pesquisa realizada pela auditoria Ernst & Young este ano. A empresa analisou mais de cem empresas de diferentes portes de todos os cantos do país. A repetição dos motivos que levaram à bancarrota em diferentes casos permitiu a identificação dos 13 pecados capitais do empreendeedores.
crescimento do empreendedorismo no país foi comprovado recentemente por estatísticas. Estudo divulgado pelo IBGE há três semanas mostrou que, entre 2001 e 2002, o ritmo de crescimento no número de sócios e proprietários de empresas aumentou 12,3%, ao passo que o crescimento do número de assalariados foi de apenas 5,7%. O número de empresas que funcionam somente com sócios e proprietários aumentou 6,3% no período. Das 4,5 milhões de empresas ativas, 99,4% são constituídas de até quatro proprietários.
- As universidades jogam, a cada ano, um número considerável de pessoas preparadas e capazes, que não são absorvidas pelo mercado de trabalho – analisa o diretor da Ernst & Young Flávio Peppe, responsável pela pesquisa. – Diante desse cenário, é comum a opção por investir em negócio próprio. O grande problema é que eles conhecem bem sua atividade mas não sabem nada sobre finanças e contabilidade.
O executivo afirma que, mesmo ciente de suas limitações, o empreendedor acaba tocando o negócio sozinho, parte pelo fato de carregar um certo orgulho pela iniciativa, parte pela contenção de custos. O resultado, segundo ele, é que importantes decisões que interferem no futuro e na saúde financeira da empresa são tomadas sem a devida orientação. Caso da legislação tributária, cujo desconhecimento de seu funcionamento e das possibilidades de deduções e compensações pode levar a pagamento desnecessário de impostos.
- O que parece redução de custos no início, pode se tornar um grande prejuízo num prazo maior – acredita.
Outro erro recorrente, de acordo com o pesquisador, é a mistura perigosa entre despesas pessoais e o caixa da empresa. Para contornar o problema, diz Peppe, é importante que a empresa, ao ser constituída e tornar-se legalizada perante o Fisco, se desenvolva apenas com o capital social investido.
- Se forem necessários recursos extras para a maturação do negócio, devem ser registrados contabilmente como empréstimos, como seria feito caso o dinheiro viesse de uma instituição financeira.
Outro problema é que, ao investir dinheiro próprio após a constituição da empresa, cresce no empreendedor a ansiedade de que o negócio tenha sucesso e gere lucros. As retiradas, no entanto, são igualmente condenadas. ( Sucesso empresarial )
- A falta de visão a longo prazo também é um pecado que identificamos. Qualquer negócio demanda um tempo de maturação, que depende do setor de atuação, da localidade e, claro, das condições macroeconômicas. É preciso respeitar esse prazo – ensina.

Quer abrir um negócio próprio? Confira se você está preparado

Segundo administrador de empresas, Luiz Alberto Ferla, o primeiro passo é criar um plano de negócios
O sonho de ter um próprio negócio faz parte dos planos de muitos profissionais. Entrentanto, por nunca ter administrado uma empresa antes, este objetivo pode causar bastante dor de cabeça se não for bem planejado. Será que você está preparado para abrir um negócio próprio?
De acordo com Luiz Alberto Ferla, administrador de empresas, CEO (diretor executivo) das empresas Talk Interactive e Knowtec e coautor do livro “Viagem ao Mundo do Empreendedorismo”, o primeiro passo para quem deseja ser empreendedor é desenvolver um plano de negócio.
“Trata-se de um documento no qual são colocadas as principais características do futuro negócio. Com isso, é possível avaliar se ele será lucrativo ou não. É uma importante ferramenta na prevenção de surpresas desagradáveis depois que o negócio já estiver funcionando, como a dificuldade de encontrar fornecedores, investir em novos produtos ou ainda descobrir se o investimento de capital foi ou não suficiente”.
Análise
Com um plano de negócio estruturado, Ferla destaca que o profissional precisa avaliar alguns aspectos antes de abrir um negócio próprio. O primeiro deles é o conhecimento do mercado no qual irá atuar. “Ter familiaridade com a área de atuação é importante para o êxito do negócio. Geralmente, quando se conhece o assunto, fica mais fácil negociar com fornecedores, saber o que diferencia um produto do outro, por exemplo. É preciso saber o terreno onde se pisa”.
Depois, o administrador ressalta que é necessário fazer uma pesquisa de mercado, para checar se este negócio terá clientes e concorrentes. “Saber quem serão seus futuros clientes é extremamente importante. Se você deseja deseja abrir uma mercearia no bairro onde mora, vale fazer uma consulta prévia com alguns moradores para estar seguro de que um comércio deste gênero é bem vindo na região. Outra dica é procurar ajuda especializada”.
Além disso, o profissional deve ter consciência de que seu negócio pode demorar a apresentar lucro. “É preciso estar ciente de que os ganhos só poderão ser medidos após seis meses, ou mais, a partir da abertura do negócio. Por isso, é fundamental ter capital de giro e, de preferência, também um fundo de reserva para alguma emergência”.
Outro aspecto importante para se pensar diz respeito aos riscos do negócio. “Todo negócio tem um período de amadurecimento. Ao longo desse tempo, podem ocorrer altos e baixos, que fogem ao controle ou planejamento inicial do empresário, como uma crise na economia. Por isso, o empreendedor tem de estar certo de que, se perder o dinheiro investido no negócio, não terá sua vida financeira destruída”, lembra Ferla.
Por ser difícil trabalhar sozinho, o empreendedor precisará da ajuda de outros profissionais. Logo, ele deve pensar se será preciso contratar pessoas. “É importante checar se há profissionais qualificados no mercado para a sua área de atuação, informar-se de como contratá-los e verificar se será mais vantajoso terceirizar o serviço, sempre analisando os custos que isto acarretará para a empresa”.
Tempo
O tempo de dedicação para que o negócio seja bem-sucedido também deve ser calculado pelo profissional.
“É importante estar ciente de que, a partir do momento em que se decide abrir um negócio, envolver-se oito horas por dia, durante cinco dias por semana, certamente, não será o suficiente. Não basta ter boas ideias, boa localização, produtos de qualidade, mão-de-obra qualificada, se não investir na boa administração e, para isso, é preciso ter tempo. Portanto, deve-se analisar se o tempo de dedicação será total ou parcial e, se preciso for, transferir essa responsabilidade para uma pessoa capaz e de confiança”.
Dinheiro e satisfação
Checando todos esses aspectos, para transformar uma ideia de negócio em realidade, o profissional precisa verificar quais são as suas condições financeiras para abrir um negócio próprio. “É de suma importância avaliar o valor do investimento inicial para abertura de um negócio. E o plano de negócio facilita esse cálculo. O melhor é inciar sem dívidas. Quando isso não for possível, é preciso planejar para que o pagamento do empréstimo não ultrapasse os lucros esperados pela empresa”.
Por último, na opinião de Ferla, o profissional tem de verificar se este trabalho proporcionará felicidade. “Gostar da área em que vai atuar é importante para criar um ambiente favorável ao sucesso do negócio. Trabalhar com prazer e dedicação vai tornar o dia-a-dia do empresário mais agradável e, consequentemente, mais produtivo”.
Fonte: www.administradores.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário