Como saber se é momento de implantar um conselho de franqueados?
Os conselhos de franqueados foram inicialmente implantados para
solucionar os conflitos existentes entre o franqueador e os seus
franqueados. Os conselhos atuam principalmente, mas não se limitando,
nas divergências quanto à utilização do fundo de propaganda e problemas
relacionados ao fornecimento de produtos e serviços.
Os conselhos têm um papel estratégico muito maior do que o de um mero
mediador. Trata-se de uma ferramenta que auxilia a rede através da
sugestão de mudanças e ações na operação das suas unidades , e ainda, no
trato com os consumidores.
O conselho de franqueados possui um caráter consultivo, que é
importante, mas para isso, é importante que seja demonstrada a boa
vontade e os benefícios para todos os participantes. Além desse caráter
consultivo, aumenta o clima de compreensão e une ainda mais o
franqueador e os seus franqueados, somando talentos.
Apesar do conselho não estar previsto na lei de franquia, não sendo
obrigatória a sua constituição, é muito comum que ele seja instituído
por força dos franqueados, quando estes se encontram frustrados ou
insatisfeitos com a franqueadora. Pode ser formado também pela
franqueadora ou, pela franqueadora em conjunto com os seus franqueados,
como forma de melhorar a comunicação da rede e, assim, solucionar
eventuais problemas ou divergências.
Mesmo assim, como saber se é momento de implantar um conselho de franqueados?
Não existe uma fórmula ideal e na maioria dos casos a sua implantação
dependerá o momento vivido pela rede, dentro do seu processo de
amadurecimento. Todavia, quando da sua implantação é importante que esta
seja muito bem estruturada e que tenha objetivos bem definidos e
claros, e que não haja imposição por qualquer das partes.
No momento da sua constituição, além de ser importante a boa vontade
das partes, uma vez que o bom resultado do conselho dependerá de um bom
clima de compreensão dos participantes, é importante que os franqueados
analisem os participantes, elegendo aqueles que tenham as aptidões para
atuar no cargo de conselheiro, afinal, o conselheiro exercerá a sua
função em prol de todos os franqueados, e não para a resolução de
problemas específicos da sua unidade franqueada.
Marina Nascimbem Bechtejew Richter é sócia do Kurita, Bechtejew e
Monegaglia Advogados - KBM Advogados
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