As perguntas para discussão eram aquelas que todos querem responder hoje em dia: como será a nova forma de trabalhar e de estudar?
Na mesa, CEOs, conselheiros, sócios e investidores trataram de dores comuns e geraram uma “tempestade” de insights poderosos que, com certeza, serão sentidos na dinâmica das organizações nos próximos anos. São esses tópicos que compartilho com vocês.
Percepção do presente
Gestão de pessoas e trabalho remoto
Onboarding de gente nova remota é um caos, dificuldade de passar a cultura é grande.
Bill Gates diz que as viagens corporativas vão cair 50%. No período pré-pandemia, as companhias aéreas tinham sua ocupação na proporção de 70% para o segmento corporativo e 30% para viajantes a lazer.
Outra percepção de Bill Gates compartilhada no grupo: ele diz que 30% do trabalho é remotizável, ou seja, pode ser feito de qualquer lugar!
Há uma preocupação de fragmentação da cultura organizacional para os times que ficarem 100% no home office.
Segunda a sexta-feira, 8h às 17h, de dentro dos escritórios não vai existir nunca mais. As empresas que estão obrigando as pessoas a voltarem dessa forma, estão tendo reclamações e já começam a perder gente boa.
Em empresas de varejo com lojas físicas, construtoras com funcionários em obra, entre outras, as pessoas têm que ir trabalhar no local, não tem jeito.
Para aumentar o senso de pertencimento, a estratégia dos kits está bombando: caneta, livro, caderno, meias, etc.
Vale a criatividade e investimentos de integração, como a entrega de pizza para 50 pessoas ao mesmo tempo durante uma reunião virtual.
O cuidado com a integração é relevante, ou pode-se conviver com perdas e alta de turn over, como no exemplo de um estagiário novo que ficou três meses na empresa e acabou saindo porque ficou esquecido. Não estava no campo de visão dos líderes e acabou ficando sem receber tarefas, e sem aprender!
O ramp-up entre a contratação e o começo efetivo da produção está muito mais longo. Se, antes da pandemia, a geração da receita acontecia em três meses, agora está sendo em seis. Esse novo colaborador sente-se muito solitário; na pré-pandemia, os funcionários mais seniores podiam apoiar e ensinar no começo, ouvindo os calls ou levando em reuniões. Nos últimos meses, não está acontecendo.
- É preciso sair do modelo “comando e controle” para o de “liberdade e resultado”. Dar meta, ferramentas, possibilidade de ajuda e cobrar resultado. O uso da Salesforce, por exemplo, ajuda a medir como está o funil, o tempo no telefone, reuniões no Zoom, reuniões já marcadas no futuro, etc.
Saúde mental
Sanidade mental: o RH (CEOs!) tem que colocar muita grana, porque tem muita gente “pirando”.
As empresas estão fazendo meet ups sem o propósito de trabalhar, mas sim com o foco em humanizar as relações.
Desenvolvedores: a produtividade explodiu, só que trabalham até esticar a corda demais. Já foi criada ferramenta de desenvolvimento colaborativo — entra todo mundo junto, tem alguma interação. Pode entrar como espectador também, para ver como estão trabalhando.
Remuneração e disputa por talentos
Os brasileiros que ganham R$ 15k recebem proposta de empresas do exterior para U$ 10k, que são R$ 50k! Como solução: stock options.
Major techs nos EUA alinharam os salários o com custo de vida de onde a pessoa passou a morar. Lá é possível reduzir salários.
Visão do futuro
Tecnologias que estão transformando o ambiente de trabalho
Workpods: prédios espalhados com pods de trabalho. As casas têm muitas distrações, pouca estrutura, cadeiras inadequadas, etc. No workpod, é possível resolver essas contexto, e contam com alguns mecanismos positivos para empresas e pessoas, como horário de check-in, de check-out, etc.
Horizon workroom: a possibilidade de levar o metaverso para o espaço de trabalho com o Horizon Workrooms, que permite ver ter a experiência completa de linguagem corporal do avatar, traz uma interação mais realista para ambiente de trabalho corporativo remoto. Os presentes concordam que, com a entrada do 5G, a experiência digital vai melhorar.
- Neat traz mais qualidade para as reuniões hibrídas no Zoom. Um equipamento que enquadra cada uma das pessoas de uma mesa grande de reuniões, mesmo que a pessoa se mexa durante a reunião. Assim quem está na reunião de forma remota, enxerga todos adequadamente.
Density IO: apoia o conceito de espaços flexíveis de trabalho, ao ajudar a otimizar o uso – recursos e investimentos – do espaço físico. Permite a análise do uso do espaço em tempo real a partir da coleta de dados de ocupação com uma câmera no ambiente, dimensionando a necessidade real de espaço de escritório.
Gestão de pessoas
- Pin People: a startup brasileira ajuda no onboarding, offboarding e gestão das pessoas. A plataforma de people analytics analisa o sentimento e ajuda com ritos e símbolos, como allhands, 1:1. Emite aviso para o líder que não ligou para a equipe, etc. Monta cadeia de relacionamento do líder com quem está chegando.
Ambiente de ensino e aprendizagem
Faculdades: para se diferenciar, tem que entregar ambiente e conteúdo. Como disponibiliza, e como prepara espaços físicos e virtuais, é o que está fazendo e vai fazer a diferença.
Hubs de aprendizados: sala de reunião com whiteboard, lousa digital. Cena imersiva.
Cursos: escola de ensino que se posicionar como híbrido vai levar mais mercado. Espaço físico será usado para cocriação, aula oral. E tecnologia para dar suporte ao ensino remoto.
Escola pública: em um exemplo real, 40% está no presencial e 30% no remoto. Ou seja, 30% dos alunos abandonaram a escola!