Você provavelmente já reparou que a palavra protagonismo tem sido muito usada nos últimos tempos para falar sobre planejamento de carreira. Mas você sabe o que é protagonismo? Em um filme, por exemplo, o protagonista é o personagem principal, aquele em torno de quem a história toda acontece. Na vida real, você pode pensar: “é óbvio que eu sou o personagem principal da minha carreira, afinal fui eu quem conseguiu o emprego que tenho e sou eu quem desempenha as tarefas que me cabem”. Mas as perguntas que devemos nos fazer para ter certeza de que somos os protagonistas de nossas trajetórias profissionais são: “Eu estou onde eu quero estar? A minha posição atual é consequência de um plano arquitetado por mim?”
O que é protagonismo: felicidade na carreira
Será que assumimos total responsabilidade pelo caminho que tomamos? Ou deixamos que as casualidades da vida decidam para onde vamos?
Segundo pesquisa realizada pelo escritor Fredy Machado, 40% dos executivos brasileiros está infeliz no trabalho e 64% gostaria de fazer algo diferente para ser mais feliz. Para o escritor e palestrante Cesar Romão [autor do livro O seu futuro depende de você (1999)], isso tem relação direta com a falta de autoconhecimento. “O brasileiro, em geral, quer ser bom em tudo. Nunca andou de avião e quando um cai, ele quer dar aula sobre queda de avião. Esse pseudismo tira a pessoa da rota de se conhecer”, afirma ele. O escritor complementa dizendo que a maioria de nós é ótima em uma coisa, boa em duas e, no restante, somos ruins, mas não admitimos. Assim, as pessoas se envolvem em coisas que não têm a ver com suas reais competências e aptidões. “Por isso, existem tantos profissionais ruins em todas as áreas”.
O que é protagonismo: autoconhecimento é a chave
De acordo com Cesar, o motivo de existir tantas pessoas “presas” em profissões ou em trabalhos que não lhes fazem felizes, é que a maioria não se preocupa em conhecer os próprios talentos e as tarefas que lhes trazem satisfação. Por isso, elas são facilmente influenciadas pelas opiniões alheias. “Quando a pessoa não constrói o próprio futuro, acaba vivendo um futuro que o mundo lhe dá. Se você não parar para pensar na sua carreira, o mundo vai te dar uma. E, provavelmente, não será algo que você vai gostar”, explica ele.
Mas, mesmo depois que a escolha foi feita, não estamos condenados a passar o resto de nossas vidas no mesmo lugar. O que acontece é que, mesmo infelizes, acabamos entrando em uma zona de conforto, nos acostumamos com aquilo que nos incomoda. Segundo Cesar, “todas as nossas emoções e sentimentos são transformadas em enzimas. E elas viciam. Então, você pode viciar em ser feliz ou em ser infeliz. Há pessoas que não sabem o que fazer se tiverem seu problema resolvido, porque não vão mais poder reclamar”.
Portanto, quando não tomamos as rédeas de nossas próprias carreiras, além de nos tornarmos infelizes, podemos comprometer todo o nosso futuro profissional e a qualidade do trabalho que entregamos ao mundo. “O indivíduo se torna um preenchedor de vaga. Hoje, infelizmente a maioria das pessoas apenas preenche uma vaga”, avalia Cesar.
O que é protagonismo: como ser um protagonista da própria carreira?
Uma coisa é certa: é preciso traçar um plano, uma estratégia para não acabar aceitando qualquer coisa que aparecer e tornando-se uma “vítima” do acaso. A menos que você não se importe muito com o rumo que sua carreira está tomando. “Não podemos terceirizar aquilo que acontece em nossas vidas. É preciso ter o próprio plano, um mapa. E, às vezes, o nosso destino pode estar justamente no caminho que a gente evita”, conclui Cesar. Com a ajuda do escritor, elaboramos cinco dicas que podem ajudar você a sair da zona de conforto e assumir, de vez, o controle de sua carreira.
O que é protagonismo: 5 formas de exercitar
Descubra suas reais aptidões: é, mais uma vez, a importância do autoconhecimento que entra em cena. Para traçar um bom plano, é preciso saber quais são suas habilidades, no que você é bom, o que você realmente gosta de fazer e acredita que pode ser útil para o mundo. O teste de perfil pode ser um bom começo. Clique aqui e faça agora;
Amplie suas competências: aprenda coisas novas, aventure-se por áreas que você não conhece, faça cursos. Essa é uma ótima maneira de descobrir habilidades e gostos que você nem imaginava que poderia ter. “Mais vale o que se aprende do que o que se ensina. Não tem como saber se gosta sem ter experimentado”, sugere Cesar.
Tenha metas definidas: colocando as metas no papel você não garante que elas se concretizem, é claro. Mas você condiciona o seu cérebro a trabalhar para fazer com que elas aconteçam. De acordo com o escritor, “quando temos metas definidas, nós aumentamos o nosso desempenho cerebral. O cérebro nos ajuda 30% a mais a chegar onde queremos, porque ele entende que precisamos de ajuda. Ele trabalha enquanto dormimos e nós podemos acordar com ideias maravilhosas”.
Tenha foco: quanto mais cedo você descobrir o que te faz feliz e, consequentemente, onde quer chegar, mais tempo terá para planejar e trabalhar na concretização das metas. “Ter foco é importante, porque ele faz com que a gente não desista daquilo que queremos. E não desviemos do caminho”, completa Cesar.
Exercite a resiliência: não use os fracassos de outras pessoas para justificar uma desistência. Use-os para compreender onde o seu plano pode melhorar e esteja preparado para possíveis falhas. Mas não desista no primeiro obstáculo! “Quando você está na condução do seu futuro, não tem medo de nada, porque você está indo pelo caminho que você escolheu. Muitas vezes, não é necessário chegar ao destino, o caminho ensina mais do que a chegada”.
E aí, agora você entendeu mais sobre o que é protagonismo? Pronto para começar a desenhar o seu futuro profissional e chegar onde você quer? Acredite: sua carreira está em suas mãos. “O universo funciona a nosso favor. Nós é que vamos contra ele. Mas se não nos descobrirmos, vamos viver alguma vida que estiver disponível nas prateleiras do mundo”, finaliza Cesar Romão.
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