sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CARNAVAL DO MARANHÃO: HISTÓRIA DE COMO AS VÁRIAS BRINCADEIRAS SURGIRAM

O primeiro bloco do gênero surgido em São Luís foi o Akomabu, a partir de uma proposta do Centro de Cultura Negra – CCN/MA (http://www.ccnma.org.br), de levar ao público, através de um grupo cultural organizado, a mensagem de luta da raça negra em busca da dignidade do povo negro. 
Nas letras das músicas do bloco o grupo Akomabu fala dos heróis negros e da opressão pelo branco, além de levar às ruas a mensagem de libertação, condenando a discriminação e o preconceito. Um segundo grupo surgiu por volta de 1990 no Bairro de Fátima. Com uma batuque mais forte e mais próximo do Olodum baiano, o Abibimã ao lado do Akomabu ressalta a beleza do povo e da música negra.

Blocos Alternativos.
Essa categoria engloba grupos de estilos variados, Em geral, são formados a partir da aglutinação de pessoas de uma mesma comunidade que se reúnem em grupos, animados por uma banda tocando músicas carnavalescas próprias ou não, vestidos com camisetas coloridas com o nome do grupo. Há ainda grupos como os Fuzileiros da Fuzarca, bloco formado nos moldes das brincadeiras antigas de São Luís e como o Bicho Terra, em que os brincantes saem fantasiados de bichos.

Blocos Organizados.

São blocos formados por grupos de 20 a 30 brincantes fantasiados com roupas de tecido estampado no mesmo padrão animados por uma bateria levando para a passarela um enredo. Alguns pesquisadores consideram que os blocos tradicionais são desmembramentos de escolas de samba. Já foram numerosos na década de 80. Atualmente existem poucos blocos tradicionais com destaque como a Turma do Saco, Grupo Sambista Caroçudo e Cobra das Estrelas.
Blocos Tradicionais.
Grupos tipicamente maranhenses surgidos na década de 50, os blocos tradicionais são caracterizados por um ritmo próprio e fantasias luxuosas, confeccionadas com veludo bordado de paetês, miçangas e canutilhos. Sobre a cabeça, ostentam chapéus feitos com penas coloridas, patrocinando um bonito espetáculo visual. A fantasia baseia-se num só tema, que depende da criatividade de cada bloco. Esses blocos são marcados pela cadência de grandes tambores – os contratempos – feitos de compensado e coberto com couro de animais. Além dos contratempos, as retintas, cabaças, afoxés, reco-recos, agogôs e maracás acompanham qualquer música de qualquer ritmo, possibilitando aos brincantes uma coreografia saltitante.

Casinha da Roça.
Retratando um típico casebre do caboclo maranhense, a casinha da roça é uma outra brincadeira tipicamente maranhense. Trata-se de um carro alegórico montado na carroceria de um caminhão todo recoberto de palha com utensílios e características próprias de um casebre rural. No interior do casebre estilizado, tambor de crioula toca e dança à medida que o carro se desloca pelas ruas. Com o tambor de crioula, o carro alegórico transporta quebradeira de coco, uma mulher peneirando o arroz e outros tipos maranhenses.


Corso.
Espécie de carro alegórico que desfilava depois das 4 horas da tarde pelas ruas da cidade, os corsos eram carros particulares das famílias tradicionais que desfilavam em automóveis V-8 e Studbaker e Baratinhas Ford, enfeitados de fitas e flores, de capota arriada, levando moças e rapazes jogando confetes, serpentinas e lança-perfumes nas pessoas. O corsos em caminhões eram os populares. Nas barras de proteção da carroceria do caminhão eram colocadas tábuas para ficarem mais altas.
O traje era uma blusa com uma saia ramalhuda que cobria toda a barra da carroceria do caminhão, geralmente com um tema que determinava a fantasia. A orquestra era formada por três ou quatro músicos, sempre um ou dois instrumentos de sopro, indispensáveis para chamar a atenção. As moças vinham cantando e batendo pandeirinhos de brinquedo. Na década de 50, os corsos exibiam grandes animais de madeira e papelão: águias, elefantes, jacarés, cavalos alados, pavão, ursos, figuras do mundo antigo, palácios e fontes com uma criatividade igual à dos carnavalescos da década de 70.
Fofão.


Figura típica do carnaval maranhense, os fofões costumam assustar a criançada com sua máscara horrenda feita de papelão, pano ou papier machê, aos gritos abafados de U la lá. Como o próprio nome sugere, os fofões vestem largos macacões confeccionados com tecido estampado, com guizos nas pontas e punhos. Os fofões se assemelham a palhaços da Comédia Del Art. As máscaras de massa com grandes narizes e bocarras estão sendo substituídas, ultimamente, por máscaras de pano ou borracha, com feições horripilantes inspiradas em filmes de terror. O fofão invade as ruas de São Luís no Carnaval, colorindo a paisagem e alegrando os foliões. Quem pegar nas bonequinhas que eles carregam consigo acaba tendo que pagar algum trocado senão fica sendo perseguido até o dia acabar.


Escolas de Samba.
Grupos de foliões que, divididos em alas, se apresentam na passarela, fazendo evoluções com base num tema escolhido previamente. Antigamente, as escolas de samba do Maranhão eram conhecidas como Turmas. Possuíam uma batida específica, diferente do samba de escola tocado no Rio de Janeiro. Como representantes mais antigas podem ser citadas a Turma de Mangueira e a Turma do Quinto. Existe ainda a Marambaia do Samba, a Favela do Samba, Império Serrano, Unidos de Fátima, Túnel do Sacavém e a Flor do Samba.
Outras foram extintas tais como: o Salgueiro, a Águia do Samba, a Unidos da Camboa, Pirata do Samba e Correio do Samba. Há grupos carnavalescos do interior que guardam características tradicionais e específicas do estilo de tocar o samba, a exemplo da Escola de Samba Unidos de Axixá, da Escola de Samba Cadete do Samba (de Pedreiras), das escolas de Samba Guia do Samba e Unidos de São Simão (do município de Rosário). Essas escolas, juntamente com o Bloco Fuzileiros da Fuzarca (de São Luís), são representantes de uma forma maranhense de tocar samba de escola.
Tambor de Crioula.
É uma dança praticada por descendentes de negros do Maranhão, em louvor a São Benedito. Marcada por muita descontração dos brincantes, a animação é feita com o canto puxado pelos homens, com acompanhamento das mulheres, chamadas de coreiras. A coreografia da dança apresenta vibrantes formas de expressão cultural pelas mulheres que ressaltam em movimentos coordenados e harmoniosos cada parte do corpo. As dançantes se apresentam individualmente no interior de uma roda formada por um grupo de vários brincantes, incluindo dirigentes, dançantes, cantadores e tocadores.
A brincante que está no centro é responsável pela demonstração coreográfica principal, mostrando sua forma individual de dançar. No centro da roda os movimentos são mais livres, mais intensos e bem acentuados. No Tambor de Crioula encontramos uma particularidade que se constitui o ponto mais alto da dança, a punga. Entre as mulheres, se caracteriza como o convite para entrar na roda. Quando a brincante está no centro e quer sair, avança em direção à outra companheira, aplicando-lhe a punga, que consiste no toque com a barriga. A que estiver na roda vai para o centro para continuar a brincadeira.
Tribo de Índios.
Surgiram, provavelmente, nos anos 40, imitando um ritual de cura conduzido por um pajé. A brincadeira é composta por meninos e adolescentes vestidos com trajes de índios norte-americanos, com pinturas pelo corpo, vestidos de saiote, tendo cocares sobre a cabeça e arco e flecha, como adereços, nas mãos. A brincadeira utiliza muitos surdos (tambores enormes) ou tantãs e retintas. Os brincantes dançam ao som de uma batucada marcada por retintas e tambores de marcação. O ritmo desenvolve-se acelerado numa coreografia circular em volta do totem e das tendas utilizadas como cenário.
Cordão de Urso.

Auto popular constituído por dois cordões de homens e mulheres, jovens e crianças fantasiados de caboclos, índios, soldados, curandeiros, médicos veterinários, baianas e ciganas. Ao centro, três personagens mascarados rebolam o tempo todo: um macaco, um cachorro e um urso. As marchinhas carnavalescas são executadas por uma banda que possui instrumentos como banjo, violino, pandeiro, tarol, agogô e triângulo. O auto narra a história de um caçador que sai para as montanhas, chega a uma aldeia de índios e encontra os três animais. Após negociar com os índios a compra dos bichos, deixa os donos dos animais em prantos.
Os animais ficam doentes, demandando a presença do veterinário, que sem resolver o problema, cede o lugar aos curandeiros, por sua vez, impedidos de atuar pelos policiais. O chefe índio, na tentativa de reaver os animais, cria um conflito com o caçador. Ocorre uma batalha entre o povo índio e o do caçador, este último saindo-se vencedor. Os animais ficam curados e tudo acaba em muita dança.
Baralho.
Um cordão de várias pessoas animava as ruas de São Luís nas épocas dos antigos carnavais. A música era de flauta e clarinete, violão e cavaquinho, pandeiro e reco-reco, harmônica e maracá de folha de flandres. Estavam presentes também os tambores, que davam o ritmo, tocados por “crioulos nus da cintura pra cima. Valia tudo quanto era fantasia: marinheiro de chegança, de caninha verde, Terecô, bumba-meu-boi, roupas do Divino, fofão, Dominó e Cruz-diabo.
Copiado: http://waldemarter.com.br

Os Principais Símbolos que Representam o Carnaval Brasileiro.


Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. 

Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.



O que  são e quais são os símbolos do carnaval?



Os símbolos do carnaval são imagens que simbolizam as principais características do carnaval. São muito utilizados em decorações carnavalescas, campanhas de marketing e outros eventos relacionados à divulgação desta importante festa popular brasileira.



Máscara de carnaval
É um dos principais e mais tradicionais símbolos do carnaval. O uso destas máscaras tem origem na cidade italiana de Veneza no século XVII. 

Os nobres usavam máscaras enfeitadas para manter o anonimato e aproveitar o carnaval junto com o povo. Esta tradição foi para Portugal e depois chegou ao Brasil onde é mantida até os dias de hoje, principalmente nas festas carnavalescas de salão.


 Rei Momo
Rei Momo é um personagem da mitologia grega que se tornou um símbolo do carnaval. É quem comanda a folia. 

Possui uma personalidade zombeteira, delirante e sarcástica. Vindo da mitologia grega, ele é filho do sono e da noite, e acabou expulso do Olimpo - morada dos deuses - porque tinha como diversão ridicularizar as outras divindades.


Surgiu no Brasil na década de 1930. É também um importante símbolo carnavalesco. Ele representa a alegria do carnaval, pois está sempre animando os participantes da festa.


Pandeiro
Pandeiro surgiu no Brasil na década de 1930. É também um importante símbolo carnavalesco. 

Ele representa a alegria do carnaval, pois está sempre animando os participantes da festa.



Sambista
 Como o samba é um dos principais elementos do carnaval, a figura do sambista simboliza a música e a dança carnavalesca. O sambista canta, toca e dá ritmo à festa.



Confetes e serpentinas
Os confetes e serpentinas são usados no carnaval há muito tempo. São elementos de diversão, além de dar um colorido todo especial a festa.



Pierrô, Arlequim e Colombina
São personagens de teatro que surgiram na Itália do século XVI. Eram figuras presentes nos teatros de rua, que serviam para satirizar os integrantes da nobreza. Do teatro de rua passaram para o Carnaval de Veneza. Estes personagens, já identificados com o Carnaval, chegaram ao Brasil no começo do século XX e até hoje são figuras representativas da festa.


 Sombrinhas de Frevo
Um dos principais símbolos do carnaval pernambucano, pois este estilo musical é muito presente no carnaval de rua deste estado.







 Bonecos gigantes
Os Bonecos Gigantes surgem na Europa, provavelmente na Idade Média, sob a influência dos mitos pagãos escondidos pelos temores da Inquisição. Chegam em Pernambuco através da pequena cidade de Belém do São Francisco no sertão do estado.

Os bonecos surgiram da vontade de um jovem sonhador que ouvia atento as narrativas de um padre belga sobre o uso de bonecos nas festas religiosas da Europa.
O primeiro boneco foi às ruas da pequena cidade durante o carnaval de 1919 com o surgimento do personagem Zé Pereira, confeccionado em corpo de madeira e cabeça em papel machê, somente no ano de 1929 resolveram criar sua companheira, boneca esta batizada com o nome de Vitalina.

A tradição dos bonecos gigantes, iniciada em Belém do São Francisco, ganhou as ladeiras de Olinda em 1932, com a criação do boneco do Homem da Meia Noite, confeccionado pelas mãos dos artistas plásticos Anacleto e Bernardino da Silva, em 1937 surgiu a Mulher do Meio Dia, em 1974 foi à vez do Menino da Tarde pelas mãos do artista plástico Silvio Botelho Botelho, que popularizou a tradição com criação do Encontro dos Bonecos Gigantes, onde vários bonecos de diversos artistas se encontram para um grande desfile pelo sitio histórico de Olinda na terça de carnaval.

Esses são os principais símbolos do carnaval, agora já sabemos quais sãos os símbolos e o que eles representa. Agora só cai na folia..

Copiado: negristylish.blogspot.com.b

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA DO CARNAVAL E SUAS ORIGENS

carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.
palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã.
Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.
O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.
As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papeis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.
A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.
Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.
Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. 
Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
Copiado: http://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia-do-carnaval.htm

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Patrimonialismo, Burocracia e Gerencialismo

Nas últimas décadas a Administração Pública, em termos mundiais, tem passado por diferentes fases. Podemos classificar estas fases em três: patrimonialista, burocrática e gerencial.
  • Patrimonialismo

Este modelo é caracterizado pela não distinção entre o que é patrimônio público e o que é patrimônio privado. Em outros termos, a res publica (coisa do povo) se confundia com a res principis (coisa do príncipe).

Esta forma de administração pública predominou no período pré-capitalismo, quando o monarca exercia o domínio sobre os bens públicos e particulares, sem qualquer necessidade de prestar contas à sociedade.

O patrimonialismo é caracterizado pela forte presença da seguintes características: nepotismo, corrupção, ineficiência, improviso, falta de profissionalismo, ausência de métodos de trabalho, falhas de planejamento, entre outras. 

  • Burocracia

A teoria da burocracia teve como expoente Max Weber e começou a fazer parte da administração empresarial e pública mundial em torno da década de 1940. A burocracia surgiu para coibir os excessos do patrimonialismo.

Apesar de hoje o termo burocracia ser utilizado como sinônimo de muitos papéis, formulários, normas excessivas e exaustivas, no seu surgimento o objetivo era de melhorar a eficiência das organizações.
A organização na burocracia segue o modelo racional-legal, ou seja, deve funcionar com base em normasleis e regulamentos, independentemente das vontades pessoais dos agentes. Entre as principais características do modelo burocrático estão o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo.

profissionalismo está ligado com a meritocracia e a instituição de planos de carreira. A impessoalidadesignifica que o agente não pode utilizar seu entendimento pessoal para exercer suas funções dentro da organização, mas deve seguir as normas e procedimentos. Além disso, as relações organizacionais ocorrem em termos de cargos e funções e não em termos de pessoas envolvidas. O formalismo diz respeito à utilização de formulários, rotinas padronizadas e comunicações por escrito.


Todo este aparato burocrático surgiu com o intuito de aumentar a eficiência organizacional (diferente do que comumente se pensa, a ideia de eficiência foi introduzida na burocracia, não no modelo gerencial). O controle na burocracia era a priori e focado nos procedimentos. Ou seja, sob esta ótica, se uma instituição está seguindo as normas estabelecidas, então a eficiência está garantida.

Atualmente, quando falamos da lentidão presente em alguns procedimentos observados tanto na administração pública quanto privada, nos referimos às disfunções geradas pelo modelo burocrático, não aos seus propósitos iniciais. Seguem alguns exemplos de disfunções burocráticas:

  •  excesso de formalismo;
  • perda da noção básica de servir à sociedade;
  • o controle tranforma-se na razão de ser do Estado;
  • ineficiência e auto-referência;
  • clientelismo e fisiologismo.

  • Gerencialismo

Como o modelo burocrático possui foco nos procedimentos, a missão básica de servir a sociedade acabou sendo perdida. Com o aparecimento das disfunções da burocracia, surgiu a necessidade de um novo modelo para ser utilizado na Administração Pública. Dessa forma, o gerencialismo emergiu com o foco do controle voltado para os resultados, isto é, a posteriori.

A eficiência faz parte do gerencialismo, embora não seja inovação deste modelo. O gerencialismo inovou ao aumentar a preocupação com os conceitos de eficácia e efetividade. 



Este modelo procura comparar o cliente da administração empresarial com o usuário do serviço público. Ou seja, não basta a Administração Pública executar suas tarefas conforme normas e procedimentos. 
É necessário saber se a população, usuária dos serviços públicos, está satisfeita com os serviços que estão sendo prestados.
Algumas das características do gerencialismo são:
  • accountability: prestação de contas dos governantes sobre o seu próprio desempenho;
  • transparência: clareza nos procedimentos adotados;
  • participação popular / controle social;
  • criação de regimes temporários de emprego;
  • flexibilização do direito administrativo;
  • competição administrada: esta ideia diz respeito a "simular" um ambiente de competição para que melhores resultados sejam obtidos. Por exemplo: liberar mais recursos para organizações com melhores desempenhos, de acordo com indicadores pré-estabelecidos.
A eficiência faz parte do gerencialismo, embora não seja inovação deste modelo. O gerencialismo inovou ao aumentar a preocupação com os conceitos de eficácia e efetividade. Segue uma breve ideia sobre cada um destes três conceitos:
  • Eficiência: uso adequado dos recursos disponíveis (já vem desde o modelo burocrático);
  • Eficácia: significa o grau de alcance dos resultados;
  • Efetividade: diz respeito aos impactos gerados para a sociedade.

Considerações Finais

A Administração Pública no Brasil, em linhas gerais, passou no decorrer dos anos de uma ótica patrimonialista para uma burocracia e, após o surgimento de diversas disfunções burocráticas, para o gerencialismo.


A burocracia surgiu como forma de melhorar a eficiência e combater o patrimonialismo, separando o que é público daquilo que é privado. No entanto, como a burocracia possui seu foco no cumprimento de normas e procedimentos, com o passar do tempo houve a necessidade de uma nova forma de administrar a coisa pública.



Esta nova forma surgiu com o gerencialismo, que traz pontos da administração privada e aplica no contexto da administração pública. Além disso, um dos principais aspectos do gerencialismo diz respeito a considerar o usuário do serviço público como se fosse um cliente da administração privada. Desta forma, sempre que possível a Administração deve buscar alcançar a satisfação dos usuários dos serviços públicos por meio dos serviços prestados.

 POR:   -   http://www.adminconcursos.com.br/

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

CONTROLE DE ACESSO À INTERNET NAS EMPRESAS, O QUE BLOQUEAR E O QUE LIBERAR?

Controlar o acesso à internet durante o trabalho é uma prática comum nas empresas e cada vez mais necessária, considerando os riscos que a internet apresenta em relação a segurança da informação e principalmente o tempo desperdiçado pelos profissionais em atividades não relacionadas ao trabalho, como redes sociais, e-mail pessoal, comunicadores instantâneos, sites de entretenimento e outros.
A definição do que será bloqueado e o que fica liberado para acesso deve partir de uma análise das atividades realizadas pelas equipes, definindo quais tipos de conteúdos e serviços fazem parte das atividades da empresa e quais contribuem para o desperdício de tempo da equipe. Também é importante, antes de definir o que será bloqueada, obter relatórios de acesso para identificar o que os profissionais costumam acessar e então, criar filtros de acesso que evitem o acesso a sites que não tenham relação com o negócio da empresa.
Na definição da política de acesso é importante ter bom senso e coerência, há tipos de conteúdo que inevitavelmente devem ser bloqueados, porém, temos alguns sites que podem ser liberados para alguns setores ou em horários específicos, de acordo com as responsabilidades de cada equipe e até mesmo como alternativa para descanso e relaxamento em pequenos intervalos durante o trabalho.
Veja os principais tipos de conteúdo que devem ser avaliados para a definição de uma boa política de controle de acesso à Internet na sua empresa:
SITES NOCIVOS - A internet está repleta de ameaças e sites que podem causar problemas de segurança para sua empresa. É comum o recebimento de spam com links para sites maliciosos que podem instalar vírus e malwares nos computadores, esses programas são nocivos e podem causar sérios problemas, desde lentidão nos computadores e na internet, até perda de informação e captura de dados sigilosos, como senhas de banco e acesso a sistemas. Por isso, é fundamental evitar o acesso a esses sites na sua empresa.
REDES SOCIAIS - De longe o acesso às redes sociais é o fator que mais contribui para o desperdício de tempo no trabalho. No Brasil, 90% dos usuários de internet possuem perfil em ao menos uma rede social e pesquisas apontam que 72% dos profissionais acessam seus perfis sociais durante o trabalho. Uma alternativa é liberar o acesso em alguns horários ou somente para os colaboradores que utilizam as redes sociais para atividades da empresa, como atendimento a clientes ou marketing.

E-MAIL PESSOAL - Semelhante às redes sociais, a maioria dos profissionais costumam acessar o e-mail pessoal durante o trabalho, para troca de mensagens com familiares, amigos, estudos e outros. É recomendada o bloqueio do e-mail pessoal, ficando como alternativa a liberação do acesso em horários específicos de intervalo.

PORNOGRAFIA, VIOLÊNCIA, DROGAS E BEBIDAS ALCOÓLICAS - 

Você pode imaginar que esse tipo de conteúdo não é acessado pelos seus colaboradores, mas a realidade pode mostrar o contrário, por isso é importante o bloqueio irrestrito para qualquer tipo de conteúdo impróprio como pornografia e violência.
Também é importante acompanhar os relatórios de acesso para verificar quem está acessando ou tentando acessar conteúdos impróprios, nesse caso o recomendado é informar o colaborador e no caso de reincidência, aplicar notificações e penalidades.

ÁUDIO, VÍDEO E ENTRETENIMENTO - 

Serviços de vídeo como o Youtube ou rádios on-line, são os maiores vilões na perda de concentração durante o trabalho e também contribuem muito para a lentidão da internet, pois consomem muitos recursos da rede. Além disso, é comum os profissionais acessarem sites de entretenimento, como esportes, novelas ou outras áreas de interesse pessoal. Considerando isso, é recomendado haver algum tipo de restrição para esses sites, principalmente em horários ou períodos de maior utilização da internet, como início de turno e dias do mês que concentram a execução de atividades importantes da empresa, como o envio de guias de impostos em um escritório de contabilidade.

COMUNICADORES VIA INTERNET

Mais um tipo de serviço que contribui para o desperdício de tempo são os comunicadores instantâneos, como Skype, WhatsApp, Facebook Messenger e outros. Para esses serviços, também é recomendado algum tipo de restrição, podendo ser liberado caso utilizado para atendimento a clientes ou vendas, também pode haver liberação em horários específicos de intervalo.

ARMAZENAMENTO DE ARQUIVOS E DOWNLOAD DE SOFTWARE

Esses tipos de sites também contribuem em prejudicar o desempenho da internet, pois serviços de armazenamento de arquivos costumam ser utilizados pra transferência de arquivos pesados. Além disso, sites de download de software podem oferecer arquivos maliciosos que venham a instalar programas indesejados nos computadores. Para evitar riscos, também é recomendado o bloqueio desses sites, ficando liberados somente em casos onde são necessários para atividades da empresa, como troca de arquivos pesados com clientes, como pode ser a necessidade de uma agência de publicidade ou uma gráfica.

JOGOS E APOSTAS - 

Mais um tipo tipo de conteúdo que você pode pensar que seus colaboradores não acessam durante o trabalho, mas acessar sites de jogos pode ser mais frequente do que você imagina. Como esse tipo de conteúdo raramente terá relação com as atividades da sua empresa, o recomendado é bloquear o acesso sem nenhum tipo de liberação por horário ou setor.

OUTROS - 

Ainda temos alguns outros tipos de sites que devem ser considerados na definição da política de acesso a internet da sua empresa, veja abaixo:
  • Compras e e-commerce
  • Empregos
  • Esportes
  • Governo e política
  • Moda e beleza
  • Religião e esoterismo
  • Viagem e turismo
É importante ressaltar que em cada um dos tipos ou categorias de conteúdos, podem haver exceções, por exemplo, você pode bloquear o acesso às redes sociais deixando liberado o acesso somente ao LinkedIn, porque é usado pelo setor de recursos humanos para recrutamento, ou pode bloquear comunicadores instantâneos, mantendo o Skype liberado na sua equipe de vendas para atendimento aos clientes.
Novamente, a definição de uma política de acesso eficiente passa pelo bom senso e equilíbrio. Podendo haver serviços liberados em alguns horários de descanso e intervalos e ao mesmo tempo permitindo aos colaboradores acesso a alguns conteúdos do seu interesse até mesmo pessoal. Afinal, é importante haver momentos de descanso durante o trabalho, para que os colaboradores possam relaxar e com isso retomar suas atividades com mais concentração e foco.
Para implementar o controle de acesso à internet na sua empresa, existem diferentes alternativas, como soluções tradicionais de firewall/proxy Linux fornecidas por empresas especializadas, que demandam maior investimento com servidores, mão de obra especializada e manutenção constante, outras opções são Dell Sonic WallFortinet FortGate e semelhantes, ou então soluções mais modernas, que utilizam recursos em nuvem, são mais acessíveis e de fácil implementação e gerenciamento. Esse tipo de serviço é principalmente recomendado para empresas de até médio porte, boas opções são OpenDNS ou Lumiun.
Na escolha da melhor opção para para gerenciar o acesso a internet é importante definir bem as necessidades da sua empresa e comparar os custos, características e benefícios de cada uma das soluções existentes.
Copiado: https://www.profissionaisti.com.br