quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Por Que As Pessoas Desistem?

Existe uma grande diferença entre saber e fazer. Na internet, temos acesso a toda e qualquer informação que precisemos.
Tudo o que você precisa saber sobre nutrição, por exemplo, você pode encontrar facilmente na internet. Acontece que saber não basta, e a grande dificuldade está em agir. 

No Brasil, o governo tenta passar, a vários anos seguidos, informações sobre os males que o cigarro traz para a população, mas quando é que alguém parou de fumar por causa disso? As pessoas que fumam sabem quais problemas e transtornos o fumo causa em suas vidas, mas mesmo assim o hábito continua. A primeira conclusão, portanto, é que somente a informação não é suficiente.

 Outro ponto importante é sobre a nossa força de vontade. Como já falamos aqui no blog anteriormente, a nossa força de vontade é finita, ou seja, ela possui um fim, um limite. Segundo as pesquisas de Roy F. Baumeister, autor do livro “Willpower: Rediscovering The Greatest Human Strength” ("Força de Vontade: Redescobrindo a Maior Força Humana", em tradução livre), a nossa força de vontade é – nos melhores casos - fraca e limitada. 

"Mesmo assim, ainda acreditamos que a força de vontade é o fator chave para a mudança!"

Acontece que a força de vontade é facilmente sabotada por hábitos mais prazerosos, como comer chocolate ao invés de comer uma maçã. Nossa motivação - ou nossa força de vontade - também se reduz no decorrer do dia, e é por isso que muitos especialistas nos dizem que devemos fazer as coisas mais importantes logo no começo do dia, para evitar situações de procrastinação e falta de vontade. A segunda conclusão, portanto, é que não devemos nos basear somente na força de vontade.

O terceiro ponto é extremamente importante – e todos nós já sabemos. O ser humano é uma máquina movida a hábitos. Praticamente a metade do nosso dia a dia é caracterizado por rotinas e rituais que temos de longa data, os quais dominam e passam por cima dos nossos mecanismos de controle, ou seja, dos nossos atos conscientes. Em uma escala evolutiva, a nossa mente inconsciente é muito mais antiga do que a nossa mente consciente, o que faz com que ela seja também mais poderosa, mais presente no nosso dia a dia. Mesmo que você saiba que deve evitar comer chocolate enquanto está em dieta, o seu hábito volta assim que algo faça você se lembrar do chocolate. 


De uma forma generalizada, 90% de todas as nossas intenções falham por causa de nossos hábitos antigos que temos, que nos impulsionam a agir de forma errada e ignorar os nossos objetivos frente a situações mais prazerosas. Isso nos leva à terceira conclusão: nossos hábitos são mais fortes que os nossos objetivos.

Existe também um quarto ponto. Quando estamos aprendendo a tocar violão, tudo que vemos é novidade. Cada novo acorde aprendido agrega muito valor para nós. Com o tempo, o conhecimento começa a ficar mais escasso e complicado, e o aprendizado se torna muito mais lento. Ou seja, quanto mais tempo se passa, menos visíveis são os resultados. 

Parece que chegamos a um determinado ponto em que nossas habilidades não evoluem, o que nos leva a desistir. Não temos mais incentivos para praticar, pois não conseguimos enxergar os resultados. Além disso, nós temos a tendência de desistir depois de dar alguns passos para trás, ou seja, depois de pisarmos na bola algumas vezes. A quarta conclusão, portanto, é que a falta de resultados visíveis nos leva a desistir.

Vamos fazer um breve resumo sobre os quatro pontos que vimos até agora:

1. A informação não basta, pois o principal é a ação;
2. A nossa força de vontade é supervalorizada, mas não é eficaz;
3. Nossos hábitos são mais fortes que os nossos objetivos;
4. A falta de resultados visíveis nos leva à desistência.

O que podemos fazer para resolver isso?

• Mesmo que a informação não baste, ela ainda é necessária para que desempenhemos alguma atividade com perfeição. Portanto, não deixe de buscar as informações sempre que possível.

• Não acredite que a força de vontade irá ser suficiente para mudar a sua vida. Precisamos criar sistemas em nossas vidas para que bons hábitos sejam fomentados e hábitos ruins sejam minimizados. Para tal, recompense as suas ações positivas e crie lembretes (visuais e mentais) de seus objetivos, de onde deseja chegar e do que precisa fazer.

• Como os hábitos são mais fortes que os objetivos, é essencial que você crie hábitos saudáveis e positivos em sua vida. Como dizia Brian Tracy, autor americano de diversos livros de auto-ajuda, "pessoas de sucesso são simplesmente aquelas com hábitos de sucesso".

• Precisamos criar resultados visíveis em nossas vidas para não desistirmos. Se nosso objetivo é perder peso, não acho uma boa ideia olhar apenas para o espelho. Minha sugestão é que você crie uma planilha no Excel ou anote em um caderno o seu peso toda vez que você subir em uma balança. Dessa forma você pode comparar o seu peso com o anterior, e pode ver quanto você emagreceu no decorrer de uma semana, um mês ou um ano, criando um resultado visível para si mesmo.


Para encerrar este post, tenho algumas perguntas para você: quantas vezes você já desistiu porque sua vontade acabou completamente? Quantas vezes você acabou voltando para os seus hábitos antigos ao invés de continuar a sua dieta, por exemplo? Quantas vezes você já tentou e tentou mas não encontrou nenhum resultado visível? Deixe sua resposta nos comentários!

EXTRA:
Além dos quatro pontos que apresentamos neste artigo, temos algumas outras considerações importantes a serem feitas, e que já foram comentadas neste blog anteriormente:

• A transição entre uma atividade não habitual e uma atividade habitual exige bastante desgaste mental, e isto depende principalmente da dificuldade da tarefa. Quanto mais difícil for a tarefa, mais tempo uma atividade levará para se transformar em um hábito, e maiores as chances de desistência.

• Nosso cérebro tenta ao máximo economizar energia, e nada melhor para economizar energia do que os hábitos. Atividades novas, que não são habituais, utilizam muito mais energia cerebral do que os nossos hábitos. Compare estas duas atividades: escovar os dentes e realizar a operação (13 x 27 = ?).


• Quando erramos diversas vezes seguidas e consecutivas, o nosso cérebro nos dá a ordem de desistirmos, mas a interpretamos equivocadamente. Na verdade, o que ele quis dizer foi que o método que estamos utilizando pode não ser o método correto, e que devemos mudar a nossa abordagem, tentar de outra forma. Infelizmente muitas pessoas acabam desistindo completamente.

Copiado: :www.cienciadoshabitos.com/

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