quinta-feira, 16 de junho de 2016

Você Não Precisa Ser Feliz Só Amanhã

Durante muitos anos de minha vida eu vivi pelo amanhã. Quando era criança, esperava ansiosamente pelo natal ou pelo dia das crianças, eu não via a hora de ganhar presente. 
Depois cresci, e não via a hora de chegar o dia em que eu iria a festa de um amigo ou que as férias chegariam. E então, já adulta, continuei esperando pelo amanhã, por aquele dia em que tudo seria perfeito e eu seria só sorrisos. Em todos esses casos há algo em comum: eu não vivia o momento, eu só queria o depois, eu achava que a felicidade nunca estaria no dia a dia, mas apenas em ocasiões especiais. 
O grande problema nisso tudo? É que quando aquele tão esperado momento chegava, ele passava muito rápido e em seguida vinha a decepção, porque eu precisaria esperar mais algum tempo para "ser feliz de novo".
Conversando com pessoas pude notar que muita gente vive algo parecido na vida. Quando somos crianças pensamos que "com 30 anos já estarei velho, terei realizado tudo que queria", mas quando a idade adulta chega a gente percebe que não é assim. Percebe, aliás, que a vida começa aos 40 (eu tenho 31, então acredito que ainda vou viver muita coisa boa). 
E só o passar do tempo pode nos mostrar que a felicidade não precisa estar lá na frente. Ela já está presente todos os dias nas pequenas coisas que acontecem ao seu redor e que você não dá valor.
Venho percebendo como as coisas são tão relativas. Um exemplo? Outro dia o Facebook me mostrou fotos de alguns anos atrás, e então eu me vi olhando pra uma foto minha há uns três anos e pensando: "olha que linda eu estava, e tinha uns 3kg a menos que agora, eu era feliz e não sabia". E imediatamente eu me lembrei que naquela época eu não pensava assim. 
Naquela época, mesmo com alguns quilinhos a menos eu ainda achava que precisava emagrecer. E se eu me visse há 6 ou 10 anos atrás, certamente me acharia mais jovem, mas com certeza naqueles dias as reclamações eram as mesmas.
Tenho um colega que vive uma "vida dos sonhos" para muita gente: tem um carro incrível, construiu a casa que sempre quis, viaja para o exterior algumas vezes ao ano, tem uma família ótima e um cargo invejável. 
Mas ele me confessou que se sente perdido, que não sabe se gosta dessa vida, que gostaria de fazer outras coisas. Que não tem certeza se trabalha no que queria. Eu respondi pra ele que trabalhos sempre são trabalhos, nem sempre a gente é apaixonado por eles, mas pode fazer o melhor, pode buscar ficar mais próximo do que gostaria, mas eles serão sempre apenas trabalhos, há toda uma vida em volta deles e esta sim deve caminhar para lhe retribuir felicidade. Nós não podemos salvar o mundo, mas podemos fazer nossa parte todos os dias, porque de pouco em pouco faremos muito.
E eu mesma tenho vivido situações que preciso comemorar. Deixei de esperar pelo amanhã e passei a viver intensamente o agora. A cada pessoa que conheço, evento que participo, livro que leio, eu ressalto a felicidade daquele momento. E tudo tem feito muito mais sentido. 
Não sei se você parou para reparar, mas a vida é agora, e já está acontecendo.
Aonde está a felicidade? No próximo cargo? No fim de semana? Na viagem de julho? Na ceia de natal? No dia de sol ou de chuva? Apenas nas boas notícias? 
Não. A felicidade está ai agora: você acordou, você tem roupa pra vestir, você pode ler e tem acesso a tecnologia, já que está lendo esse texto. Você tem a capacidade de se reinventar, de ter fé, de mover-se, de criar, de fazer amigos. Todo mundo tem problemas e fracassos (eu mesma venho contando os meus com frequência) e aquela vida de comercial de margarina só existe na TV. A grama do vizinho só parece mais verde. Mas será que a vida pra ser boa é apenas grama verde?
A felicidade não precisa estar lá na frente apenas. E um conselho que posso te dar é para você viver intensamento o hoje, sem tirar os olhos do futuro e cultivá-lo. 
Comece a partir de agora curtir cada momento de felicidade e verá que eles podem ser vários: um café com um amigo, uma caminhada na rua respirando ar fresco, a pureza de uma criança, um livro citando outro livro que você já leu ou adora, pessoas queridas com saúde e tantas outras pequenas coisas que a gente deixa de dar valor no dia a dia.
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