sábado, 13 de novembro de 2010

Comprometimento, inovação e criatividade

Palavras que isoladas são apenas jargões do mundo dos negócios, mas que se associadas e interpretadas na realidade das organizações podem fazer a diferença. 
Vamos falar de três coisas muito importantes. Começando de trás para frente, o que é criatividade?
Em meio a várias definições, inclusive quocientes de inteligência e aspectos de habilidades múltiplas, resumo criatividade em liberdade ou liberdade de pensamento.
Porém, não basta você ser livre de amarras externas. Tem que se livrar dos bloqueios internos e isso nos leva ao segundo tópico essencial: inovação.
Quando pensamos em inovação, em geral, vêm à cabeça iPhones e outras tecnologias ‘ultramodernas’. Mas inovar é modificar, re-arranjar e, principalmente, melhorar. Isto é, podemos inovar em produtos, processos e até ideias. Certo, mas e o comprometimento? O que tem a ver? Tudo. Comprometimento é a base. E isso só se consegue com Liderança.
Na verdade, escrevo este artigo para tentar responder ao “diabinho” que fica martelando em nossas cabeças, como:

“minha equipe não tem comprometimento”;

“as pessoas não têm responsabilidade”;
“eu não consigo obter os resultados desejados”.
Recentemente, ouvi uma discussão em que as pessoas apresentavam as dificuldades de seus ambientes de trabalho. Variantes dos pensamentos acima eram o auge da conversa. Havíamos começado de trás para frente. Agora vamos recapitular, no sentido correto.
As organizações precisam de comprometimento das pessoas, colaboradores ou o como quiserem chamar. Porém, não são recursos humanos, são pessoas. E pessoa é indivíduo, ou seja, individual. Sem que todos “vistam a camisa”, o sucesso será muito mais difícil.
Afinal, já temos tantos problemas para lidar: mercado, concorrência, consumidores, tecnologias, processos, etc. Imagine ainda ter que lutar contra o atrito ou arrasto das pessoas que fazem parte do nosso time, mas que não estão comprometidas com os objetivos.
Só faltou um ponto crucial: por que eu me comprometeria com algum objetivo que não é meu? A resposta é que, no geral, eu não me comprometeria. É aqui que entra o “pulo do gato”. Se você quer pessoas comprometidas trabalhando com você, elas precisam conhecer os objetivos, concordar com eles e se sentirem parte do todo.
A primeira dificuldade é escolher os objetivos corretos. Muitas organizações estão perseguindo objetivos “estratégicos” errados e que as levarão para onde elas não querem ir. O segundo obstáculo é redigir objetivos simples, diretos e claros. Feito isso, ainda falta comunicá-los de maneira eficiente. Neste ponto, lembre-se: as pessoas são únicas. Portanto, obviamente, possuem necessidades diferentes.
Já ouviu falar em “gerenciar as expectativas das partes interessadas”? Conhecidas também como stakeholders. É um processo de gerenciamento de projetos, mas que tem aplicação geral em administração de pessoas. Você primeiro identifica os stakeholders, seus desejos, necessidades e expectativas; depois traça estratégias para persuadir e influenciar essas pessoas; e, por fim, coloca em prática. Um detalhe: são partes interessadas. Não são “juntos”, não é “todo” e não é grupo.
São partes diferentes e assim devem ser tratadas. Por falta de tempo, de conhecimento ou de “paciência”, temos uma tendência de categorizar tudo. Separamos em grupos e tratamos coisas ou pessoas diferentes como se fossem iguais.
O meu conselho é que você pense mais no que o outro quer. Se você deseja que ele se comprometa, mostre o que ele irá ganhar com isso. Não basta conhecer apenas a pirâmide de Maslow, você precisa ler pelo menos o Dale Carnegie.
O outro pode ser seu amigo, mas só irá se comprometer se você mostrar a ele o que ele tem a ganhar. E por falar em comprometimento, dê uma olhada na figura abaixo para ter uma idéia melhor.
E a inovação? Ficou pelo caminho, perdeu-se neste artigo? Não. A inovação é um processo que depende muito de pessoas comprometidas, compromissadas e engajadas. Se você quer produtos novos, serviços melhores, reestruturação, melhoria de processos e aumento de eficiência, invista nas pessoas. Elas serão criativas se sentirem liberdade (externa e interna) para ousar, elas precisam de apoio e elas querem ser ouvidas.
“No momento em que você se compromete, o Universo se reúne para ajudá-lo.” (Goethe)
E eu acrescentaria: no momento em que você compromete ou conseguem que se comprometam as outras pessoas, o céu é o limite. Esqueça as desculpas. O recado está dado.
Mário Henrique Trentim (Diretor da iPM Consult – Consultoria Inteligente. O Executivo também é membro voluntário do PMI Chapter Pernambuco)

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